Diversão e Arte

Produções brasileiras invadem o 67º Festival de Berlim

São 13 produções com DNA nacional

Rodrigo Fonseca - Especial para o Correio
postado em 09/02/2017 07:30

Joaquim, filme sobre Tiradentes, está na mostra competitiva

Berlim
; Num flerte com o pop, com direito a premi;re do aguardado Logan (a nova aventura do X-Man Wolverine), exibição de desenho animado em concurso e projeção da versão 3D de Exterminador do futuro 2, em sua seção de clássicos, o 67; Festival de Berlim (de hoje a 19 de fevereiro) afaga Hollywood e indústrias de filmes-pipoca afins sem perder sua vocação política, recebendo a maior esquadra brasileira de suas seis décadas de estreia.

Épico sobre a vida de Tiradentes pregressa à Inconfidência Mineira, Joaquim, do pernambucano Marcelo Gomes, é uma das 13 produções com Brasil em seu DNA na seleção da Berlinale 2017. Dos títulos da esquadra verde e amarela, o novo longa do diretor de Cinema, aspirinas e urubus (2005) é o único escalado para disputar o Urso de Ouro no evento, que abre suas portas nesta quinta, com a exibição de Django, de Etienne Comar ; um drama biográfico do jazzista Django Reinhhardt.

Desde 2008, ano da vitória de Tropa de elite na Berlinale, não se via um time brasileiro tão amplo no evento germânico quanto a deste ano: a participação nacional ; falando português ; inclui nove longas, três curtas e mais a produção Brasil-Itália-França-EUA Call me by your name, dirigida pelo aclamado cineasta italiano Luca Guadagnino e produzida pelo carioca radicado em São Paulo Rodrigo Teixeira.

Na competição oficial concorre Joaquim. Na seção Panorama, entraram Como nossos pais, de Laís Bodanzky; Pendular, de Julia Murat, e Vazante, de Daniela Thomas. Na mostra Geração, estão Mulher do pai, de Cristiane Oliveira; As suas Irenes, de Fábio Meira; e Não devore meu coração, de Felipe Bragança. E João Moreira Salles lançará o seu No intenso agora por lá no Panorama Dokumente, encerrando um jejum de 10 anos sem lançar filmes depois da consagração mundial de Santiago (2007). No Fórum entraram ainda no festival os curtas Estás vendo coisas, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca (este na briga pelo Urso de Ouro); e Em busca da terra sem males, de Anna Azevedo (que ficou na mostra Generation Kplus).

O júri
Tanto Joaquim quanto Django vão encarar o crivo de um júri presidido pelo diretor holandês Paul Verhoeven (ganhador do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro por Elle). Ao lado do cineasta, entre os jurados, estarão a produtora tunisiana Dora Bouchoucha Fourati, o artista plástico islandês Olafur Eliasson, as atrizes Maggie Gyllenhaal (EUA) e Julia Jentsch (Alemanha), o ator e diretor mexicano Diego Luna e o cineasta chinês Wang Quanan.

Entre os ;pretendentes; ao Urso deste ano, temos dois mestres: o finlandês Aki Kaurism;ki tenta a sorte com a comédia The other side of hope e o alemão Volker Schl;ndorff entra na partida com a love story Return to Montauk. Chama atenção entre os concorrentes a presença de uma animação chinesa, Have a nice day, de Liu Jian, e de um filme de gângster japonês, Mr. Long, de Sabu.



A festa


De todos os eventos agendados pela Berlinale, as atrações mais badaladas são:

a) a projeção de T2 ;Trainspotting, de Danny Boyle, a parte dois do cult de 1995;

b) a exibição de uma cópia inédita de O iluminado, de Stanley Kubrick, em tributo à figurinista Milena Canonero;

c) uma homenagem aos 40 anos de Annie Hall ; Noivo neurótico, noiva nervosa (1977), de Woody Allen;

d) a passagem de um envelhecido Hugh Jackman, sob a grisalha maquiagem exigida pela terceira peripecia solo do mutante Wolverine pelas telas em Logan, de James Mangold.

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