Berlim - Django, filme de abertura do 67; Festival Internacional de Cinema de Berlim, é um dos raros que abordam a questão da perseguição dos ciganos pelos nazistas. O filme de Etienne Comar, tratada da vida de Django Reinhardt, um dos grandes guitarristas europeus dos anos 1940 e 1950, tendo tocado com os grandes do jazz americano, além de acompnhar Louis Armstrong em turnê pelos Estados Unidos.
Apesar de ter dois dedos atrofiados em consequência de um incêndio, era um virtuoso da guitarra, com sua banda tocava swing, blues e principalmente jazz, tendo sido um ícone da música popular em Paris, na época da ocupação nazista. No seu momento de maior prestígio, sentindo-se ameaçado por ser cigano nascido na Bélgica, decidiu fugir para a Suíça e depois para a França. Em Toulon, Django permaneceu incógnito, mas retornou a Paris depois da libertação francesa, quando compôs um réquiem para seus irmãos ciganos, composto para órgão, orquestra e coro.
Essa composição foi executada apenas uma vez em Paris e foi dedicada a todos os ciganos massacrados pelos nazistas. A maior parte da partitura se perdeu, porém o diretor Etienne Comar obteve uma reconstituição para as cenas finais do filme com fotos de ciganos mortos nos campos de concentração nazistas. Django não é um filme biográfico típico. Etienne Comar preferiu colar a imagem de Django no contexto das perseguições contra os ciganos pelos nazistas. É uma história de perseguição étnica, num momento de guerra, se reveste de grande atualidade. Ao ver os ciganos perseguidos, os espectadores se conscientizam de que hoje o mundo revive um momento de guerra e perseguição, gerador de centenas de milhares de refugiados. Django certamente não é um filme de entretenimento.