Raphael Macedo*
No papel da norte-americana negra Mildred, que luta pelo direito de se casar e ter filhos com o namorado branco nos anos de 1950, época da lei segregacionista em vários estados ianques, Ruth Negga chamou a atenção da crítica e do público. Resultado: recebeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor atriz, por Loving. Pelo mesmo papel, a artista foi indicada ao Globo de Ouro e aos prêmios internacionais Bafta (o mais importante entre os britânicos) e Aacta (da Academia australiana do audiovisual).
A atriz representou, na maioria de seus trabalhos, personagens em séries de tevê, como Preacher, Agentes da S.H.I.E.L.D. e Misfits. Porém, Negga ganhou fama nos últimos quatro anos por papéis em cinema, como os de Guerra mundial Z (2013), Warcraft: o primeiro encontro entre dois mundos (2016) e Jogos do crime (2012), além de um pequeno papel em 12 anos de escravidão(2013).
Apesar de sua evidência ter crescido apenas recentemente, Ruth foi indicada ao prêmio irlandês Ifta, com a interpretação de coadjuvante, em 2007, no longa Café da manhã em Plutão (2005), e por melhor atriz em Quarentena (2005), além de ter vencido o mesmo, há quatro anos, como melhor atriz em televisão por representar a cantora Shirley Bassey no documentário biográfico para a tevê britânica, em Shirley.
Ruth nasceu em Addis Ababa, capital da Etiópia, foi criada na Irlanda e se mudou para Londres aos 7 anos. Em entrevista ao The Guardian, Ruth conta que teve uma infância muito diferente por ter se mudado tanto, tão cedo, e pela diversidade étnica da família: o falecido pai era etíope e a mãe, irlandesa.
A personagem dela, no longa Loving, pelo qual concorre ao Oscar, é Mildred, uma mulher que lida com a pressão de uma lei que impede o casamento entre brancos e negros, no estado norte-americano da Virgínia. A inflexibilidade jurídica abala a relação de Mildred e Richard, o namorado que passa, ao lado da mulher, a ser malvisto pela sociedade.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira