Diversão e Arte

Conhece as novidades do pop nacional? Tem IZA, Gabily, Lila e Nikki

Com destaque na internet, as cantoras se destacam no gênero que consagrou Anitta e Ludmilla

Rebeca Oliveira, Adriana Izel
postado em 14/02/2017 07:15

Tropical e dançante, Lila promete estourar com Não é não

Depois de nomes como Anitta e Ludmilla dominarem a cena pop brasileira, o gênero ganha cada vez mais força no país. O resultado é a crescente presença de novos artistas defendendo o estilo musical, que sempre foi consumido pelos brasileiros por meio de artistas e estrelas internacionais, principalmente, dos Estados Unidos e da Inglaterra, a exemplo de Beyoncé e Adele.

Nos últimos meses, as cantoras nacionais Iza e Gabily têm se destacado no mercado. Ambas começaram a fazer sucesso na internet com covers até que decidiram apostar na carreira autoral. Artistas como Lila e Nikki também despontam na cena pop.

Conheça mais sobre cada uma das novas garotas do pop nacional


Rihanna brasileira


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Faz menos de um ano que a cantora carioca IZA (alcunha artística de Isabela Lima) passou por uma mudança completa na carreira. Neste curto período de tempo, de jovem que postava vídeos de covers no YouTube (de Beyoncé a Rihanna, com quem tem sido comparada) se tornou contratada de uma das maiores gravadoras do Brasil. Outras transformações marcantes aconteceram antes, quando foi de adolescente que cantava na igreja a porta-voz das minorias. Hoje, IZA é apontada como a principal candidata ao posto de musa pop de 2017.

A visibilidade veio graças à personalidade empoderada, aos penteados inconfundíveis e ao vozeirão inspirado em divas negras, como Lauryn Hill, Diana Ross e Tina Turner. Autoral ou interpretando outros nomes, o som de IZA tem veia pop e flerta com gêneros como o r, soul e jazz. Ela ainda não tem um disco completo, mas no fim do mês passado lançou o single Te pegar, com participação do ator global José Loreto. Com quase 500 mil visualizações, o clipe tem clima sensual, mesmo que a maior base de fãs da cantora seja o público teen.

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Boom nas redes

Considerada uma influenciadora digital, IZA tem 130 mil seguidores no Instagram. Usa as redes para falar de igualdade de gênero, racismo e assuntos delicados dos quais muitas estrelas do gênero preferem se omitir. ;Acho que minha música e minhas bandeiras caminham juntas. Eu considero extremamente importante ter voz e saber usar esse lugar também como um meio de discussão. Queria muito ver tantas mulheres empoderadas quando era mais nova. Essa mensagem precisa ser passada;, afirma a cantora de 26 anos.

Ela foi uma das artistas a se apresentar na última Parada LBGT do Rio de Janeiro, em dezembro. Militar contra a homofobia é mais uma das bandeiras que levanta, sem medo de possíveis repressões. ;É triste saber a quantidade absurda de pessoas que são mortas diariamente pelo ódio. Tem se falando cada vez mais sobre a homofobia e o direito dessas minorias e acho que isso tem ajudado a conscientizar e educar as pessoas. Mas não acho que é o suficiente. Ainda muito a ser feito;, conta. Abram alas. IZA está disposta a desconstruir padrões.


Feminismo pop

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A carioca Lila encara com ainda mais radicalismo algumas das pautas que IZA também defende. Feminista convicta, incorpora o movimento as faixas que divulga, a exemplo de Não é não, segundo ela, inspirada na Primavera Feminista, reação mundial ao machismo que acontece com mais força desde 2015. "Sinto que você precisa aprender a respeitar o meu corpo, a minha lei", fala na música candidata a hit alternativo do próximo carnaval.

O primeiro EP homônimo, de 2015, pode ser ouvido no site da artista. Depois de se matricular em um curso de dança afrofunk, Lila tem incorporado cada vez mais música eletrônica aos ritmos brasileiros os quais estava habituada a cantar (da bossa-nova ao tecnobrega). Poderosa, mas com uma voz doce, Lila é uma das cantoras com potencial para conquistar o país.


Raiz gospel


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Aos 4 anos, Gabily começou a cantar na igreja. Durante 10 anos defendeu o estilo gospel. Até que passou a se encantar pela música mais popular, como pagode e funk. Hoje, já se destaca entre as cantoras do mundo pop brasileiro, graças ao lançamento da faixa Deixa rolar, em parceria com o cantor e ator Mika. "Comecei a carreira cantando em boates, baladas, festas, depois fui recebendo alguns convites. Cantei com o grupo Tá na Mente, lancei uma música no YouTube e fui descoberta por uma gravadora", lembra a artista.

O clipe oficial de Deixa rolar tem mais de 1 milhão de visualizações em apenas três meses de lançamento e é o carro-chefe do primeiro EP de Gabily, que possui oito faixas, como várias versões de Deixa rolar, Vale tudo, Não enrola e Agora eu tô solteira (com MC Maneirinho). ;Estou muito feliz com a repercussão de Deixa rolar. É uma balada romântica. Fico contente que as pessoas tenham entendido que é um trabalho diferenciado;, afirma.

Várias inspirações

Inspirada em nomes como Ariana Grande, Alicia Keys e Ciara, Gabily traz várias vertentes à música pop como funk, reggaeton e gospel. O ritmo latino, inclusive, estará na faixa Você gosta assim, gravada com a funkeira Ludmilla, com previsão de lançamento nas plataformas digitais em 17 de fevereiro. ;Essa música com a Ludmilla é mais dançante, tem um clima de festa;, adianta.

Diferentemente de muitas artistas do pop brasileiro, Gabily veio da música gospel, fato que ela pensou que pudesse atrapalhar. ;Como eu cantei gospel, pensei que fosse ter um preconceito. Das pessoas dizerem: ;ela cantava na igreja e agora rebola a bunda no chão;. Mas o momento em que a música está vivendo permite que a mulher seja o que ela quiser e tenha coragem de ser independente e ter liberdade;, diz a cantora. Seguindo uma tendência do pop nacional, Gabily aposta bastante na temática feminina e feminista. ;O empoderamento feminino está em alta. Na verdade, as mulheres vieram com tudo para conquistar espaço independentemente de preconceito, seja na música ou em outros cenários;, completa.


Inspiração internacional


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Revelada na quarta temporada do The voice Brasil, a cantora Nikki mostrou o flerte com a música pop ainda na época do reality show. Durante o programa musical, ela fez versões das músicas Don;t wake me up (Chris Brown), Hello (Adele) e Wrecking ball (Miley Cyrus).

Em 2015, a artista se lançou no mercado com o álbum Nikki, com 12 faixas, entre elas, algumas gravadas em inglês. O material não fez muito barulho. Mas, desde o ano passado, Nikki passou por uma reformulação e deu certo. Sou pop, a primeira faixa dessa nova fase, tem mais de 100 mil visualizações no YouTube, enquanto Eu faço assim passou de 670 mil views na plataforma de vídeos e tem mais de um milhão de audições no Spotify. O mais novo projeto da cantora é Drunk, uma parceria com Amandda e DJ Patrick Sandim.

Leia entrevista com IZA

Cantora IZAMuitos nomes de destaque no meio musical tiveram no Youtube uma vitrine. Como avalia a importância dessa rede social para jovens artistas como você?
Me sinto muito feliz por fazer parte dessa geração e usufruir dessa ferramenta tão importante que é YouTube. Essa e outras redes sociais tornam tudo mais fácil pra quem está começando e é independente. Poder contar com um meio onde posso, de dentro da minha casa, falar com várias pessoas ao mesmo tempo, receber elogios e críticas, trocar ideias e criar uma base de fãs é especial demais. Tudo começou lá.

Você também se sobressai como uma influenciadora digital, e virou musa do empoderamento. Hoje, entende esse papel como algo indissociável de sua carreira?
Claro. Acho que minha música e minhas bandeiras caminham juntas. Eu acho extremamente importante ter voz e saber usar esse lugar também como um meio de discussão. Eu queria muito ver tantas mulheres empoderadas quando era mais nova. Essa mensagem precisa ser passada.

O clipe com José Loreto tem toda uma pegada sensual. Pretende imprimir essa marca na sua imagem, mesmo tendo muitos fãs adolescentes?
O clipe com o Zé foi assim porque achei que a música pedia essa tensão entre o casal. E essa imagem também sou eu. Eu me sinto sensual, divertida, romântica... Tudo ao mesmo tempo ou não! (risos) Entendo que o clipe ficou intenso, eu queria contar uma história ali. Acho que algumas dessas características se intensificam na tela e no palco por conta da escolha da música. De qualquer forma, me sinto sensual e isso transcende o meu trabalho.

Li, em entrevista, que muitos dos artistas que te inspiram são negros. É uma forma de gritar contra o racismo?
Eu naturalmente me aproximei da música através desses artistas porque era o que eu ouvia em casa quando era muito nova. Também tem a ver com o som que mais curto. Blues, Soul, Jazz e R são ritmos negros, né? Então não foi uma escolha pautada na cor e sim na sonoridade.

Você também se apresentou, por exemplo, na parada LGBT do Rio. A homofobia te assusta?
Muito. É triste saber a quantidade absurda de pessoas que são mortas diariamente pelo ódio. Tem se falando cada vez mais sobre a homofobia e o direito dessas minorias e acho que isso tem ajudado a conscientizar e educar as pessoas. Mas não acho que é o suficiente. Ainda muito a ser feito.

Tem sido comum a comparação com a cantora Rihanna. Sonha com uma carreira internacional?
Acho isso engraçado. Ao mesmo tempo é uma honra porque sou muito fã. Sonho em cantar pro maior número de pessoas. Acho que isso incluiu uma carreira internacional, claro. Mas nada por agora. Acabo de chegar e estou muito feliz onde estou.

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