Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 22/02/2017 19:55

A partir desta quarta (22/2), ao andar pela 507 Sul, o brasiliense pode se deparar com um imenso mural artístico, feito com tinta acrílica, cuja beleza é tão grande quanto o tamanho da parede em que está inserido. Em formato de história em quadrinhos, a obra conta a história do jiu-jitsu, por meio de cores diversas e dos traços marcantes do ilustrador paranaense David Aires, que imediatamente despertam o olhar de quem passa por ela.
O mural está localizado na parte lateral do centro de treinamento Barreto Jiu-Jitsu, inaugurado em agosto de 2016. Nele, há um resumo acerca da trajetória da luta - desde o surgimento, passando pela chegada ao Brasil e a vinda da família Barreto à capital, até a criação do espaço de treinos. A obra garante a presença de caricaturas de grandes nomes da arte marcial, como o japonês Conde Koma e o brasileiro Hélio Gracie, responsável por difundir o jiu-jitsu no país.

David Aires veio a Brasília pela primeira vez em 2006 e, aqui, conheceu a esposa, com quem tem dois filhos. Apesar de trabalhar de modo itinerante divulgando a própria arte - sua fonte exclusiva de renda - por onde passa, ele reside na capital há cerca de um ano.
De caricaturas pelos bares da cidade a murais de grande proporção, o artista produz o trabalho em diversas formas e possui uma paixão por história em quadrinhos, o que resultou na ideia do formato da obra localizada na Asa Sul, ao ser procurado pela equipe do centro de artes marciais. Em uma luta contra a chuva recorrente, David demorou um mês para concluir o mural.

Para o ilustrador, a sensação de estar por trás de uma obra desse tamanho é fantástica. ;É a mesma coisa que você escalar uma montanha, sentar lá em cima e ficar olhando o visual. É todo aquele sofrimento, mas no final vale a pena;, descreve.
A experiência, realizada com a ajuda e o apoio de funcionários da Barreto Jiu-Jitsu, serviu também como uma forma de romper julgamentos prévios. ;Quebrou um certo preconceito que eu tinha. Eu tinha medo de lutadores de jiu-jitsu, que tinham fama de serem briguentos. Aqui [no centro de treinamento] eles quebraram isso para mim. Eu tive uma outra visão de como é o universo deles", conta.
* Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader