Diversão e Arte

Atriz de Minha mãe é uma peça, Mariana Xavier se multiplica nas artes

Em momento intenso da carreira, a atriz está no cinema, no teatro, na literatura e até no Youtube

Adriana Izel
postado em 09/03/2017 07:33

Em momento intenso da carreira, a atriz está no cinema,  no teatro, na literatura e até no Youtube

;Quem corre por gosto, não se cansa;. É assim que a atriz Mariana Xavier, 36 anos, explica como consegue conciliar todos os projetos com os quais se envolveu nos últimos meses. A carioca continua em cartaz nos cinemas com o segundo filme da franquia Minha mãe é uma peça, que bateu recorde de bilheteria, com mais de 8,8 milhões de espectadores. Neste fim de semana, ela desembarca em Brasília com o espetáculo O último capítulo, em que atua ao lado do ator Paulo Mathias Júnior, do humorístico Zorra, com encenação no Teatro dos Bancários (veja Serviço). A peça conta a história do casal Berenice (Mariana Xavier) e Dagoberto (Paulo Mathias Júnior), que acaba discutindo a relação após a luz terminar e impedir a exibição do derradeiro capítulo da novela preferida da doméstica.

Além disso, Mariana está no elenco da próxima novela das 21h, A força do querer, de Glória Perez, que estreia em abril, na Rede Globo; retornará às telonas com o filme Gostosas, lindas e sexies; lançou um canal no YouTube, o Mundo gordelícia (criado há dois meses); e divulgará seu primeiro livro, Gordelícias. ;É muita coisa, mas nunca é tudo ao mesmo tempo. E eu amo;, garante a atriz.

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Em entrevista ao Correio, Mariana Xavier fala sobre o bom momento da carreira, o sucesso de Minha mãe é uma peça 2 e da bandeira da autoestima que levanta em seus principais projetos. ;O universo da autoestima fora dos padrões é um discurso que venho trazendo e batalhando por ele;, afirma.

Você teve muito destaque quando atuou como a personagem Marcelina, em Minha mãe é uma peça. Qual a dimensão de importância desse papel na sua carreira?
Nossa, foi muito importante. Porque, por mais clichê que possa parecer, foi o famoso divisor de águas. Eu vinha numa escalada de carreira mais lenta, só que sólida. Mas o que me mostrou e apresentou meu trabalho para o Brasil foi o Minha mãe é uma peça. Foi uma grande oportunidade, e também um desafio, por fazer uma personagem tão mais jovem do que eu. Eu tinha 32 anos quando fiz o primeiro filme e Marcelina tinha 18.

No segundo filme da franquia, percebe-se um crescimento da presença da Marcelina no longa, porque ela está saindo de casa...
No segundo, ela tem um amadurecimento, o que é muito legal , e acho que acaba entrando, mesmo que de uma maneira meio subliminar, nessa questão de reforçar a autoestima. A Marcelina está descobrindo o lugar dela no mundo. Está mais feliz, vaidosa...

Minha mãe é uma peça 2 bateu recorde de bilheteria nos cinemas. Vocês esperavam tanto sucesso?
Não, eu torcia, claro (risos). Mas se eu disser que imaginava que ia bater esses números tão rápido, seria mentira. Acho que é um filme que faz sucesso porque é tema muito universal. Todo mundo tem na família alguém parecido. A identificação é o que faz ter tanto sucesso. Acho que estamos em uma fase muito boa no cinema nacional. Ficamos superfelizes e esperamos que venha numa crescente, porque o ator precisa de emprego, o pessoal da técnica... (risos).

E há alguma chance de um terceiro filme?
Eu adoraria dizer que sim e ter essa resposta. Mas eu não tenho. Depende muito mais do Paulo (Gustavo, protagonista e criador de Minha mãe é uma peça) do que qualquer outra pessoa. Eu já o ouvi dizer, em entrevistas, que terá, mas que deve demorar uns três anos. Ele tem vários outros projetos. Então, não sei. Tomara...

Neste fim de semana, você estará em Brasília com o espetáculo O último capítulo. Como surgiu a oportunidade de trabalhar com essa peça?
Eu estava com muita saudade de fazer teatro. Apesar de as pessoas me conhecerem pelo cinema e pela televisão, minha formação é do teatro, onde comecei com 9 anos. Eu queria uma comédia de qualidade. E isso é o que mais me orgulho nesse espetáculo. Ele é muito divertido, não tem palavrão, não tem baixaria. É para a família inteira. Acredito que é possível fazer humor com qualidade, sem apelação.

Do que se trata a peça O último capítulo?
A peça é uma homenagem à paixão dos brasileiros pela novela. Apesar de ter mudado, as novelas ainda ditam muita moda no Brasil e mexem com o imaginário das pessoas. O espetáculo tem situações comuns em novelas, como a trilha sonora, o suspense e os clichês.

Falando em novela, você retorna para o formato em A força do querer. O que pode adiantar sobre a sua personagem?
Sempre foi um sonho de criança fazer televisão. Eu digo que os estúdios Globo são meio que uma Disney. Eu gosto de televisão e tem sempre um gosto especial por ser uma novela das 21h. Ainda se tem esse imaginário do horário nobre... Minha personagem é a Abigail, uma secretaria da empresa dos personagens do Dan Stulbach e Humberto Martins. Depois, ela terá uma reviravolta e vai se tornar modelo.

A sua personagem vai trazer então a discussão dos padrões estéticos para a novela, algo que você sempre aborda em seus trabalhos, né?
Nesse caso, é mérito da Glória Perez, que sempre tem essa iniciativa de trazer temas à discussão em suas obras. Nessa novela, o tema central e mais forte será a transexualidade, mas abordo outros temas periféricos, que acabam colocando em discussão o universo da autoestima fora dos padrões, que já é um discurso que venho trazendo e batalhando por ele.

Além da peça e da novela, você também tem vários outros projetos, como o filme Gostosas, lindas e sexies. O que pode adiantar do longa?
É um filme também nessa onda da autoestima, da quebra de padrões. Eu vivo a personagem Marilu, uma mulher muito livre, devoradora de homens que descobriu o prazer e não abre mão dele. É um filme muito divertido e tem previsão de lançamento em abril. Para resumir, a gente tem falado que é o ;Sex and the city GGG; (o elenco é formado por Mariana ao lado de Cacau Protássio, Lyv Ziese e Carolinie Figueiredo).

E também tem o livro...
Escrevi Gordelícias com Fabiana Karla, Simone Gutierrez e Cacau Protássio. O livro é um desdobramento da campanha Gordelícia de 2014 (em que as atrizes fizeram um ensaio fotográfico de biquíni na praia). É uma coletânea de crônicas, em que cada uma de nós compartilha histórias e pensamentos sobre temas do universo feminino, que vão bullying, sexo, dieta e vaidades. Tem previsão de lançamento entre fim de março e começo de abril.

Há dois meses, você lançou o canal, no Youtube, o Mundo gordelícia. Como surgiu essa ideia? E como você escolhe os assuntos que vai abordar?
Na verdade, veio da necessidade de ter um espaço menos descartável para compartilhar pensamentos. Eu já usava as redes sociais, mas tinha a sensação de que era superficial e descartável. Não tinha como falar com fluidez. Decidi criar o canal porque num vídeo você consegue desenvolver um pensamento com uma estrutura um pouco melhor. Fica ali para a posteridade. Os temas são tudo que existe no meu mundo. Não tem preconceito, falo o que dê vontade de falar e compartilhar. No Mundo gordelícia cabe realmente tudo. As ideias vêm de coisas que aconteceram ou estão acontecendo. Também tem sugestões que vêm dos fãs. Não tem muita regra. Tento mesclar os assuntos leves, comos mais densos.

Como você consegue estar em tantos projetos?
É muita coisa, mas nunca é tudo ao mesmo tempo. E eu amo. Quem corre por gosto, não se cansa.

SERVIÇO

O último capítulo
Teatro dos Bancários (314/315 Sul, Bl. A; 3522-9521). Em 11 e 12 de março, às 19h. Ingressos a R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). Doadores de 2kg de alimento não perecível pagam meia-entrada. Além disso, estarão disponíveis 200 entradas gratuitas do projeto Eu Faço Cultura para beneficiários de programas sociais do governo. Informações pelo site www.eufacocultura.com.br. Não recomendado para menores de 10 anos.

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