Nesses tempos de crise, nada melhor do que desestressar dando boas gargalhadas. Além de ocupar os palcos, a comédia também invadiu os bares, as praças e provou também que o riso é um bom negócio. Não é à toa que o festival brasileiro Risadaria conseguiu desbancar o Just for laughs (canadense) e se consolidar como o maior evento de humor do planeta.
Idealizado por Paulo Bonfá, em 2010, o projeto visa obter o reconhecimento da comédia como cultura e conquistar o seu devido valor artístico. Trata-se de uma plataforma única que reúne, pela primeira vez na história, todas (ou quase) as maneiras de fazer uma pessoa rir.
Em sua oitava edição, o Risadaria desembarca em Brasília pela terceira vez. O festival acontece neste sábado, às 21h, no Teatro dos Bancários. Subirão ao palco os humoristas: Rodrigo Capella, Paulo Vieira, Bruno Motta, Ben Ludmer e o brasiliense Paulo Mansur.
O principal diferencial do evento é a interação do público brasileiro, que lota o teatro, colabora com os humoristas e participa das piadas. A comédia faz parte do DNA nacional. ;Na Copa do Mundo, durante o jogo entre Brasil e Alemanha, enquanto apareciam torcedores chorando no telão, no meu celular, só chegavam mensagens com brincadeiras sobre o 7x1;, relembra Bonfá. O brasileiro possui a incrível capacidade de rir de si mesmo em qualquer situação. É essa facilidade de ver o lado cômico das coisas que consagrou a comédia brasileira como a melhor do mundo. Entretanto, mais do que brincadeiras jocosas, o humor traz também uma reflexão acerca de tudo o que acontece ao nosso redor.
;O humor é um consultório. A plateia quer se ver na comédia. As pessoas querem que falemos das coisas pelas quais estão passando, mas sob uma nova perspectiva;, explica Bruno Motta, um dos pioneiros do stand up no país.
O festival Risadaria, por si só, já reflete o tamanho da indústria da comédia no país. Em alta, o stand up se tornou a porta de entrada para novos talentos que se arriscam no improviso em bares, shoppings ou festivais.
Provocar o riso é um desafio constante, depende da ocasião, da época, do veículo e do local. ;O público é muito imprevisível. Nunca se sabe o que vai funcionar com ele, por isso eu tento sempre conhecer um pouco da cidade que estou apresentando e brincar com ela, para a plateia se identificar;, conta Ben Ludmer. O festival Risadaria, por si só, já reflete o tamanho da indústria da comédia no país. Em alta, o stand up se tornou a porta de entrada para novos talentos que se arriscam no improviso em bares, shoppings ou festivais.
A comédia tomou Brasília
Na capital federal, o teatro de humor transcende o palco e se insere na rotina do cidadão que deseja desfrutar de um happy hour mais alegre. ;Brasília tem uma cultura muito artística, antes eram as bandas de garagem, agora o stand up ganhou força e se estendeu para os bares e outros lugares;, afirma Paulo Mansur, integrante da Cia. de Comédia Setebelos.
A tendência também chegou a lugares inusitados, como o shopping Venâncio. ;O projeto Boteco do Riso, que ocorre às quintas-feiras, visa usar o humor como um apelo para segurar as pessoas no shopping, além de proporcionar mais um palco para os artistas locais se apresentarem;, conta a gerente de marketing Ana Lúcia Rodrigues.
*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
Risadaria
Neste sábado (25/3_, às 21h. Show de comédia com Rodrigo Capella, Paulo Vieira, Bruno Motta, Ben Ludmer e Paulo Mansur, no Teatro dos Bancários. Ingressos: R$ 25 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 16 anos.