Diversão e Arte

Líder nas bilheterias, 'O poderoso chefinho' tem brasileiro na produção

O carioca Ennio Torresan Jr. é o head of story (chefe do departamento de histórias) da animação

Adriana Izel
postado em 12/04/2017 06:03

Filme 'O poderoso chefinho' da Dreamworks

A nova animação da DreamWorks, O poderoso chefinho, se tornou líder de arrecadação em seu primeiro fim de semana de estreia. O desenho animado de Tom McGrath conseguiu superar A Bela e a Fera e se tornar o líder de bilheteria daquele fim de semana com arrecadação de US$ 49 milhões no território americano, segundo dados do Box Office Mojo.

;Na minha opinião essa é a animação mais legal que eu fiz. De todos os filmes que criei, esse foi o primeiro que meus filhos reagiram de forma mais emocional;, conta o brasileiro Ennio Torresan Jr., o head of story (chefe do departamento de histórias) de O poderoso chefinho.

Para o carioca, o motivo do sucesso da trama é o fato de a produção ter uma temática bastante próxima às crianças. ;Tenho um filho mais velho e uma filha caçula e eles se identificaram com os personagens desse filme. Foi muito legal ver isso;, lembra.


[SAIBAMAIS]O poderoso chefinho acompanha Tim, um menino que precisa lidar com a chegada do irmão mais novo, que não é um bebê comum. Ele usa terno e gravata, tem uma mala, sabe falar e tem uma missão secreta.

O bebê foi enviado à família Templeton com o objetivo de destruir a concorrência da Puppy Co., empresa de animais domésticos, com a Baby Corp, responsável por criar os bebês. Apesar de se odiarem, os irmãos precisam se unir nessa missão.

A história tem como base o livro homônimo de Marla Frazee e teve um processo de produção de quatro anos. O carioca Ennio Torresan Jr. foi um dos profissionais que se envolveu na animação durante todo esse período.

;Peguei esse projeto bem no início, quando eles compraram, e o roteiro tinha sido aprovado. Desde o começo estive com o Tom (McGrath, o diretor) para descobrir a cara do filme, quem era esse personagem, como ele ia se realizar na tela, de que forma fazer aquele bebezinho que parece um adulto;, conta.

Torresan diz que logo de início o diretor pensou na dublagem do ator Alec Baldwin (30 rock e Os fantasmas se divertem) para o Chefinho. No Brasil, o cargo ficou para ator e dublador Márcio Simões.

Uso da imaginação
O poderoso chefinho é um filme feito para o público infantil, principalmente, ao tratar da temática da relação entre irmãos e por abusar do uso imaginação, algo que atrai bastante as crianças.

Mas também foi pensando para agradar aos adultos. ;Em um projeto como O poderoso chefinho, a gente pode fazer de tudo. Inclusive é incentivado que existam várias linguagens;, revela.


[VIDEO1]


Um dos pontos fortes da animação é tratar da relação entre irmãos usando uma analogia. E, ao fim do filme, fica a dúvida se aquilo tudo que apareceu na tela era verdade ou fruto da imaginação do protagonista Tim.

;No encerramento do filme, quando a menina pergunta ao pai se era verdade e o irmão aparece dando dinheiro para ela, aquilo valida essa ideia de fantasia. E tudo isso aconteceu antes no storyboard. A gente imaginou que seria engraçado e que ligaria o final. Veio meio que para explicar as coisas;, afirma Ennio, que compara o uso da fantasia em O poderoso chefinho com o longa A origem, de Christopher Nolan.

Carreira
O poderoso chefinho é só mais uma produção da DreamWorks do currículo de Ennio Torresan Jr. O brasileiro começou no estúdio trabalhando com storyboarder em Madagascar (2005), Megamente (2010) e Kung Fu Panda 1 e 2 (2008/2011).

[VIDEO2]

Em um dos curtas especiais de Madagascar, Ennio se tornou head of story. Função que exerceu em Turbo (2013) e também O poderoso chefinho. ;Já estou fazendo o meu terceiro filme nesta posição, que é a animação Everest. Ela tem previsão de lançamento em 2019;, adianta o brasileiro.

Ennio revela que a função de head of story perpassa por todos os departamentos de uma animação. Ele precisa lidar com os artistas do storyboard e também com roteirista e diretor em processos que duram de dois a quatro anos. ;Eu brinco que é quase como fazer uma faculdade. A gente se casa com a história e com os personagens;, analisa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação