postado em 26/04/2017 13:55
O maior painel feito por Pablo Picasso faz seus 80 anos de criação, com o aniversário do bombardeio da comunidade basca Guernica, que originou o título da obra. O ataque foi feito pelas forças alemãs durante a 2; Guerra Mundial.
O painel foi pedido a Picasso para ser exposto no Pavilhão Espanhol na Exposição Internacional de Paris, que aconteceria em junho de 1937. O artista passava por um bloqueio criativo até receber a notícia da destruição de Guernica. Sensibilizado por fotografias de guerra do acontecimento, Picasso então passou cerca de um mês em seu ateliê, produzindo o painel que mostrava sua repulsa e revolta contra os horrores da guerra.
O bombardeio da cidade basca foi, como revelado em 1946 por Hermann Goering, comandante da Luftwaffe, um teste de bombas com projéteis explosivos e incendiários, que levou à morte de pelo menos 200 pessoas identificadas, apesar de acreditar-se que o número de óbitos possa passar de mil. Guernica, até o ataque, tinha apenas 6 mil habitantes.
Picasso também havia visto os horrores da guerra civil espanhola, que durou de 1936 a 1939, o que pode ter influenciado suas críticas às guerras.
O painel voltou à Espanha após 44 anos por determinação de Picasso, que não queria que a obra voltasse ao país até que General Franco, uma das principais figuras do lado nazi-fascista da guerra civil espanhola, estivesse morto, como aconteceu em 1975. No entanto, foi só em 1981 que o painel voltou ;para casa;.
Com 7,76X3,5 m, pintado em preto e branco para ressaltar o caráter dramático da tragédia, a obra é a leitura de Picasso para um massacre que se tornou um dos maiores símbolos da devastação causada pela Segunda Guerra. Na tela, um bebê aparece desfalecido nos braços de uma mulher, corpos atirados ao chão, braços erguidos em sinal de desespero, expressões apavoradas e desesperanças compõem um cenário no qual há também cães e touros, uma figura constante na obra do cubista.