Diversão e Arte

Coletâneas relembram as obras do Skank e do Pato Fu

Discos contam com releituras assinadas por nomes consagrados e com talentos brasilienses

Rebeca Oliveira
postado em 06/06/2017 07:30

Rafael (à direita de Fernanda Takai) e João (à esquerda da cantora) com integrantes do Pato Fu. Tributo aos mineiros vai do punk à Bossa Nova

Não seria exagero dizer que, depois do Clube da Esquina e ao lado do Sepultura, as bandas Skank e Pato Fu deram outro patamar à música nascida e criada em Minas Gerais. Juntos, acumulam uma dezena de músicas no topo das paradas nacionais, mais uma série de turnês dentro e fora do país. Ao menos para Pedro Ferreira, organizador da coletânea Dois lados, novo tributo ao Skank, a sentença não esbarra em hipérboles. "É uma banda que sempre inovou, mas nunca deixou de flertar com o pop radiofônico", defende.

Como uma forma de revisar os 25 anos de carreira do grupo, comemorados ano passado, o produtor Pedro Ferreira convidou 32 artistas em posição de destaque no cenário nacional. Alguns são independentes, outras figuras conhecidas na cena mainstream. Foram feitas 32 releituras das faixas mais icônicas dos autores dos hits Garota nacional, Balada do amor inabalável e Vamos fugir.

As primeiras 16 faixas do projeto serão lançadas na próxima segunda. Uma semana depois, serão disponibilizadas as outras 16 versões. Ponto alto do projeto, Amores imperfeitos abre o primeiro disco com parceria entre o duo Anavitória e o tecladista do Skank, Diogo Portugal. Além da dupla de Tocantins, o recorte dos artistas passeia de ponta a ponta do Brasil. De São Paulo, Rico Dalasam, Dani Black e André Abujamra; de Alagoas, o cantor Wado; do Paraná, A Banda Mais Bonita da Cidade. A lista inclui também o brasiliense André Gonzales e a Sr. Gonzales Serenata Orquestra.

;Assim como aconteceu com o Re-Trato (coletânea em homenagem ao Los Hermanos), em 2012, e o Mil Tom (tributo ao Clube da Esquina), em 2015, a curadoria de todas homenagens que produzo tem o mesmo norte. Procuro convidar músicos com influência do artista homenageado ou admiração por sua obra. Deixo bem claro para o músico que o objetivo da homenagem não é de ser um disco de covers, mas sim um espaço para releituras, onde eles têm total liberdade para imprimir sua identidade nas canções;, acrescenta.

Bem mais que covers

Este é o mesmo propósito da coletânea O mundo ainda não está pronto, com 30 artistas independentes de todo o país recriando músicas do Pato Fu. Semelhante ao Skank, a banda acaba de completar 25 anos de carreira. Neste período, lançou 10 discos de estúdio, 2 discos ao vivo, 5 DVDs e 34 singles, nas contas de Rafael Chioccarello e João Pedro Ramos, organizadores do projeto.

[SAIBAMAIS]Explorando gêneros diversos, o disco que reverencia o Pato Fu abre espaço a cantores e grupos de todos os estilos, do punk rock à Bossa Nova. ;O Pato Fu se mantém criativo. O último álbum, Não paro pra pensar (2014), prova que ainda nos surpreendem. You have to outgrow rock ;n roll é uma das faixas que me surpreendeu, tanto por John Ulhoa voltar a cantar como pela levada punk e hardcore;, acredita Rafael Chioccarello.

;Logo que lançamos os discos um amigo me disse uma frase que ficou ecoando pela cabeça: ;O Pato Fu é o nosso Belle & Sebastian;. Pela criatividade e a falta de medo em arriscar a misturar diversos estilos, seja o pop, o punk, o metal, o rock alternativo, a música experimental e eletrônica;, encerra.



SERVIÇO

Dois lados
Tributo ao Skank. Vários artistas. Scream, 32 faixas (divididas em dois discos de 15 faixas e faixa-bônus). Disponível para audição no site e página da Scream nas redes sociais.


O mundo ainda não está pronto
Homenagem ao Pato Fu. Vários artistas. Crush em Hifi e Hits Perdidos, 30 faixas. Disponível para audição no site www. omundoainda naoestapronto.com.br.

Confira a lista com todos os artistas participantes:

Dois lados
A Banda Mais Bonita da Cidade (PR), Ana Larousse %2b Leo Fressato (PR), Ana Muller (ES), Anavitória (TO), André Abujamra (SP), Cobra Coral (MG), Dani Black (SP), Esteban Tavares (RS), Fernando Anitelli (SP), Francisco El Hombre (SP), Gabriel Gonti (MG), Garotas Suecas (SP), Graveola (MG), Ian Ramil (RS), Jéf (RS), Lulina (PE), Manitu (MG), Medulla (RJ), Nevilton (PR), Phillip Long Eduardo Kusdra (SP), Phill Veras (MA), Quarup (SP), Rico Dalasam (SP), Selvagens à Procura de Lei (CE), Seu Pereira e Coletivo 401 (PB), Sr. Gonzales (DF), Teago (BA), The Baggios (SE), Transmissor (MG), Tuyo (PR), Wado (AL) e Zé Manoel (PE).

O mundo ainda não está pronto
Antiprisma (São Paulo/SP), Berg Menezes (De Recife/PE mas vivendo em Fortaleza/CE), Capotes Pretos na Terra Marfim (Fortaleza/CE), Der Baum (Santo André/SP) , Djamblê (Limeira/SP), Eden (Salvador/BA mas vivendo em São Paulo), Dum Brothers (São Paulo/SP), Estranhos Românticos (Rio de Janeiro/RJ), FELAPPI e Marcelo Callado (Niterói/RJ), Floreosso (São Paulo/SP), Gabriel Coelho e Renan Devoll (São Bernardo do Campo/SP), Gilber T e os Latinos Dançantes (Rio de Janeiro/RJ), Horror Deluxe (De Pouso Alegre (MG) mas vivendo em Taubaté/SP), João Perreka e os Alambiques (Guarulhos/SP), Lucas Adon (São Paulo/SP), Lerina (Santo André/SP), Mel Azul (São Paulo/SP), Molodoys (São Paulo/SP), Paula Cavalciuk (Sorocaba/SP), Pedroluts (São Paulo/SP), Serapicos (São Paulo/SP), Silvia Sant;anna (São Paulo/SP), Subcelebs (Fortaleza/CE), The Cabin Fever Club (São Paulo/SP), The Outs (Rio de Janeiro/RJ), Theuzitz (Jandira/SP), TucA e Thaís Sanches (Campina Grande/PB mas vivendo em São Paulo/SP), Valciãn Calixto (Teresina/PI), Venus Café (de Volta Redonda/RJ mas vivendo no Rio de Janeiro/RJ) e Yannick com Camila Brumatti (São Paulo/SP).












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