Alexandre de Paula
postado em 08/06/2017 07:30
Das profundezas da areia do deserto egípcio, ressurge a múmia. Reinventada, a criatura é a base para filme com Tom Cruise, que estreia hoje nos cinemas. O longa é o primeiro de um projeto da Universal que planeja trazer de volta monstros clássicos, como Frankstein, Drácula e Lobisomem, para as telonas.
A múmia estreia, finalmente, depois de alguns percalços na produção. Três diretores passaram pelo filme e o lançamento do longa foi adiado, em mais de um ano, para evitar que chegasse aos cinemas perto de Branca de neve e o caçador. Antes, a ideia era que A múmia estreasse em abril do ano passado.
Depois de tudo, Alex Kurtzman, mais lembrado como o roteirista de O espetacular Homem-Aranha 2, assumiu a direção. Antes dele, Andres Muschietti e Len Wiseman deixaram o projeto. Wiseman alegou problemas de agenda. Já Muschietti queria uma abordagem mais sombria.
A ideia inicial do estúdio, de fato, era optar por uma representação mais sombria do personagem e do roteiro. No meio do caminho, porém, a Universal decidiu que seria melhor um longa sem restrições, que pudesse ser visto e agradasse a toda a família.
Não foram só os diretores e a pegada, no entanto, que mudaram. A previsão de faturamento da estreia também veio em declínio. A expectativa inicial era de que a estreia nos EUA rendesse US$ 40 milhões. Depois, o valor caiu para US$ 38 milhões e agora está em US$ 35 milhões.
No enredo, uma antiga rainha egípcia, apesar de ser sepultada nas profundezas do deserto, desperta nos dias atuais. Assassinada, ela volta à vida cheia de rancor e ódio, cultivados por milênios. Do oriente médio, ela parte para Londres e ameaça a população da cidade.
Tom Cruise será o responsável por tentar detê-la e impedir que a criatura cause mais destruição. A presença do ator é um dos pontos que devem fazer com que o filme leve público considerável às salas de cinema.
Drama familiar
Com Ricardo Darín, Neve negra é outra estreia da semana. Dirigido por Martín Hodara, o longa se passa na Patagônia e tem como base uma relação familiar. No enredo, Salvador (Darín) vive recluso em uma cabana. Acusado de matar um irmão durante a adolescência, ele recebe a visita inesperada de Marcos, outro irmão, e da cunhada Laura (Laia Costa) que querem convencê-lo a vender a propriedade em que ele vive para repartir a herança do pai (Leonardo Sbaraglia), morto recentemente.
Neve negra é o segundo longa de Hodara. O primeiro, O sinal, foi dirigido em parceria com Darín. ;Temos uma longa relação de amizade. Tê-lo em um projeto é excelente. Não só como ator em que posso me apoiar, mas também como alguém que está todo o tempo pensando sobre a história do filme, que faz um trabalho no filme como um todo;, conta Hodara em entrevista ao Correio.
A paisagem tem bastante força no longa, com várias tomadas que mostram a neve argentina. ;Desde o início do projeto, a neve era um elemento importante para a história. Ela serve como um elemento visual entre o passado e presente. Quanto à localização, a ideia era que os personagens estivessem em um local isolado;, explica o diretor.
Duas perguntas // Martín Hodara
O cenário é tão importante quanto a história em Neve negra?
Eu acho que em um filme tudo é importante, cada elemento visual, som, as locações, a história. Eles são o que fazem um filme. O importante é encontrar o equilíbrio perfeito. No caso de Neve negra, nunca pretendi que o cenário ou a natureza fossem mostrados apenas como uma bela paisagem. Eu acho que nós conseguimos isso cada vez que vemos um pouco de uma paisagem onde a ação ocorre, e ela serve para dizer alguma coisa da história.
Como você avalia a produção cinema argentino atual?
Há anos, o cinema argentino tem uma produção importante com filmes de muitos níveis. Nos últimos anos, os filmes têm participado e vencido, em alguns casos, em festivais importantes. Por outro lado, nós tivemos também filmes que foram sucesso de bilheteria. E temos alguns exemplos de filmes que unem ambos os mundos, como Relatos selvagens.
Outras atrações
; Duas outras estreias complementam os lançamentos nos cinemas hoje. Dirigido por Eleanor Coppola, Paris pode esperar conta a história do casamento de Anne e Michael que fica em risco por causa da ausência do marido. Anne viaja com o sócio de Michael e passa a construir uma relação mais forte com ele.
; Outro longa que chega às telas é o sueco Um homem chamado Ove, de Hannes Holm, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Na história, Ove é um homem frustrado, de 59 anos, que começa a pensar em suicídio. Porém, uma amizade inesperada com novos vizinhos dá a ele outras perspectivas.