Diversão e Arte

Dez garotas do DF se unem para produzir projeto de arte independente

O projeto Mostarda busca, principalmente, o reconhecimento feminino no meio artístico

Karina Amaral*
postado em 08/06/2017 16:40
A zine é composta por poemas, desenhos, colagens e fotografias, criados por dez garotas
Para mostrar talento e criar um espaço de expressão junto a outras mulheres artistas do DF, Manoela Morgado, aluna de Letras da Universidade de Brasília (UnB), juntou-se a outras nove garotas e criou o projeto "Mostarda", que consiste na produção de pequenos livros artesanais com cartões destacáveis, de livre publicação, denominados zines. Eles trarão por poemas, desenhos, colagens e fotografias autorais.

Segundo as integrantes do grupo, o projeto busca, principalmente, o reconhecimento feminino no meio artístico. "Um trabalho produzido e executado só por mulheres não é tão comum. É interessante que esses movimentos ganhem espaço, não como uma forma de segregar, mas fortalecer uma corrente que vem sendo firmada. Então, para mim, fazer esse projeto acontecer é acreditar na necessidade de expor, revelar e difundir trabalhos produzidos por mulheres", comenta Letícia Miranda, que faz parte do grupo.

No entanto, a zine não trata especificamente do feminismo, mas o tema é referência na produção do conteúdo das artistas. "Acho que a gente não fala do feminismo de forma explícita, mas ele está presente com certeza, até porque é 100% de autoria feminina", destaca Manoela.

O lançamento da 1; edição da obra, com o tema "Memória", está marcado para o próximo sábado (10/6), no Lago Sul, onde as meninas irão expor o trabalho e vender trinta tiragens da zine, que, de acordo com Lara Nogueira, também integrante do grupo, está bastante poética. Os interessados que não puderem comparecer ao evento poderão comprar o livro na feira de publicações DENTE, no próximo dia 17, no Conic, ou, ainda, acompanhar as redes sociais (Facebook e Instagram) que as artistas fizeram para divulgação do material.
Mesmo que a zine não trate especificamente do feminismo, o movimento é referência na produção do conteúdo das artistas

O projeto Mostarda iniciou em abril, quando Manoela convidou as nove garotas pelo Facebook. "Eu queria um grupo de artistas de Brasília. Esse tipo de movimento já acontece em outros estados e eu sentia falta disso aqui, dessa energia feminina, de um lugar que nos desse fala e liberdade. Então, fui nas redes sociais e chamei quem tivesse vontade de participar. A partir daí, nos juntamos para estabelecer tudo: paleta de cores, temas, formatos etc", explica Morgado.

O nome Mostarda foi escolhido por causa da cor que representa. "Estávamos decidindo a estética da zine, as cores predominantes, e, ao decidirmos o tom mostarda, o nome veio", diz Lara. Toda a produção do material, desde a criação das artes até a diagramação, é feita pelas garotas, que não contam com patrocínio.

Manoela admite que elas ainda não se preocupam com o futuro do projeto. "Não pensamos muito no depois, nosso plano foi fazer e tirar do papel. O que vier é lucro. Estamos muito felizes de conseguir realizar. Mas, claro, que se a porta abrir para mais colaboradores e oportunidades, vamos abraçar com toda a força", anima-se.

*Estagiária sob a supervisão de Ana Letícia Leão.

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