Diversão e Arte

Feira do Livro tem reflexões e debates sobre novas formas de produção

A 33ª Feira do Livro de Brasília continua com as portas abertas ao público de todas as idades. Entre as estantes cheias de livros e os pequenos palcos poéticos que ocupam a programação, destacam-se as reflexões, ideias e debates sobre as novas formas de produção

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 21/06/2017 06:04

Feira do Livro de Brasília, no shopping Pátio Brasil

A 33; Feira do Livro de Brasília continua com as portas abertas ao público de todas as idades. Entre as estantes cheias de livros e os pequenos palcos poéticos que ocupam a programação, destacam-se as reflexões, ideias e debates sobre as novas formas de produção.

Hoje, a programação se inicia com o lançamento de livros infantis e a presença de Lilian Corgozinho, passando a seguir pelos debates de inclusão, diversidade e acessibilidade. Durante a tarde, é a vez de Margarida Drumond e sua homenagem aos 40 anos de atividades literárias. Para fechar o dia, entra em pauta o debate a respeito dos novos caminhos poéticos e literários de Brasília.

Para debater e mostrar as novas possibilidades da cena literária na capital estão representantes tradicionais da cena local, como Luiz Amorim, do Açougue T-Bone, José Gomes, com a Banca de Poetas e Adeilton Lima, do Movimento Babilônia. Entre os projetos veteranos está a Movida Literária, que teve sua primeira edição em 2017 e será representada na feira pela autora Paulliny Guaberto. A Movida reuniu romancistas, poetas, jornalistas e contistas de diferentes idades em estilos nas mesas dos bares mais conhecidos da cidade. Entre livros, cervejas e conversas, a cena autoral se desenrolava no diálogo entre público e convidados. O projeto é um dos exemplos vivos de que a literatura ainda desperta interesse, atraindo ouvidos e olhares mesmo em um ambiente movimentado e cheio de estímulos.

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Paulliny, que participa da conversa a respeito dos novos rumos da cena local, acredita que a literatura produzida em Brasília precisa circular e ganhar visibilidade na cena nacional. Para isso, é necessário que obras consistentes representem a cidade.

;Penso que, aos poucos, estamos construindo o que eu chamaria de catálogo da literatura brasiliense. Se esse catálogo entrar no circuito dos grandes eventos literários, inclusive os que acontecem dentro da nossa cidade, os livros passam a alcançar um público maior.; É esse um dos pontos fortes do debate, já que a circulação das obras produzidas precisa aumentar, encontrando novos caminhos de venda e expansão.

A autora destaca que a literatura brasiliense é mais conhecida pela poesia, sobretudo pelo trabalho do poeta Nicolas Behr. Atualmente, os autores de prosa ganham mais visibilidade. Enquanto isso, as publicações se dividem entre produção independente e a escolha por editoras de outras capitais, que oferecem a possibilidade de inserção em um catálogo mais conhecido. ;A vinda de alguns excelentes escritores para cá e o surgimento de uma prosa brasiliense com identidade própria têm fortalecido a cena literária da cidade;, destaca.

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Enquanto isso, vale destacar que os eventos literários são fundamentais para dar visibilidade aos autores e para fazer com que os livros circulem. ;Acho muito interessante que a feira aconteça em um lugar de grande circulação como o shopping Pátio Brasil. Pessoas que passam por ali para tomar um sorvete e talvez nunca tenham comprado um livro entram em contato com o universo da leitura;, lembra a autora. É uma oportunidade para que uma parcela maior da população entre em contato com os livros e conheça autores locais.

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Outros projetos brasilienses se destacam no mercado, como a Jornada Literária DF, organizada por João Bosco Bezerra Bonfim. O evento levou autores para escolas fora do Plano Piloto e os resultados foram muito positivos, com grande participação dos jovens. Quanto aos autores atuais que impulsionam a produção da capital, estão nomes como o do diplomata João Almino, nomeado para a academia Brasileira de Letras e José Almeida Júnior, que acaba de vencer o prêmio Sesc de Literatura. A ideia da Feira do Livro é unir e proporcionar ainda mais diálogo entre os nomes consagrados da cena nacional e local com os escritores iniciantes. A troca se estende ao público, amplo e variado, proporcionando uma expansão de acesso e democratização da literatura.

Programe-se


33; Feira do Livro de Brasília
Lançamento de livro infantil às 10h; debate sobre inclusão, diversidade e acessibilidade, às 14h; Margarida Drumond, às 16h; Debate ; Novos caminhos poéticos e literários de Brasília, às 18h30. No shopping Pátio Brasil. A entrada é franca e a classificação indicativa é livre.

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