Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Nicolas Krassik participa da celebração dos 40 anos do Clube do Choro

Músico apresentará, hoje e amanhã, show de lançamento do álbum Antologia, 15 Anos de Brasil


No começo da década passada, Nicolas Krassik, formado em música erudita pelo Conservatoire National de Region d;Aubervilliers-la Courneuve e em jazz pelo Centre de Formation Musicale de Paris, se apaixonou pela MPB, ouvindo discos de João Bosco e assistindo a shows de outros artistas brasileiros na capital francesa.
Em 1991, ao chegar ao Rio de Janeiro, imediatamente quis ir à Lapa, onde, fascinado, teve contato na fonte com o choro e o samba. Não demorou nada para os frequentadores do tradicional bairro carioca, surpresos, passassem a apreciar o som do violino daquele jovem músico de tez clara, misturado com instrumentistas locais em concorridas rodas.
Quinze anos depois, Nicolas é tido como o mais brasileiro dos franceses da cena musical do país. Contribuíram para isso os cinco discos que lançou: Na Lapa (2004), Caçuá (2006), Odilê Odilá (2009), Cordestinos (2008), Nordeste de Paris (2014) e o que gravou com o acordeonista sergipano Mestrinho, no ano passado.
O violinista (casado com a sambista brasiliense Renata Jambeiro) está celebrando sua presença nos trópicos com o lançamento do álbum Antologia Nicolas Krassik ; 15 Anos de Brasil. O álbum é uma síntese da brasilidade contida na obra do músico nascido na França, que, de volta à capital, faz show hoje e amanhã, às 21h, no Espaço Cultural do Choro. Ele tem a companhia de Glauber Seixas (violão 7 cordas) e Carlos César (percussão).
Antologia é uma espécie de ;abraço musical; nos cinco discos bem variados, que acolheram releituras de clássicos de choro, samba e forró, além de composições autorais de Nicolas. O repertório traz, por exemplo, Caçuá (João Lyra e Maurício Carilho), Corsário (João Bosco e Aldir Blanc), Deixa a menina (Chico Buarque) e Nordeste de Paris, composta por Nicolas.
;Realizei um sonho quando deixei a França e vim para o Brasil. Já cheguei aqui pensando em trabalhar com música e me realizei profissionalmente, fazendo o que gosto;, afirma o violinista. ;Em meu país, eu era jazzista e, aqui, passei a tocar outros estilos próprios da cultura brasileira, como choro, samba e forró. A coletânea traz uma síntese do que fiz nos últimos 15 anos;, acrescenta.
No começo deste ano, Nicolas deixou o Rio, onde, segundo ele, as oportunidades diminuíram, e radicou-se em São Paulo, para buscar novos conhecimentos, novas experiências e oportunidades. Diante da atual situação do Brasil, ele diz que chegou a pensar a ir morar em Portugal, mas desistiu da ideia. ;Prevaleceu a vontade de ficar aqui e continuar na luta por melhores condições de trabalho e de vida;, desabafa.

Serviço
Show de lançamento do álbum Antologia. Hoje e amanhã, às 21h, pelo projeto comemorativo dos 40 anos do Clube do Choro. No Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.