Ronayre Nunes
postado em 04/07/2017 10:50
A produção cultural que aborda a temática LGBT está presente nos primórdios do cinema e ao longo do tempo evoluiu em termos que abordam cada vez mais a complexidade de cada personagens indo além da orientação sexual.
Em um contexto político-social que nem sempre se mostra tão amigável à comunidade LGBT, a arte se tornou uma poderosa arma para que os gays, lésbicas, bissexuais e transexuais possam se sentir um pouco mais representados e presentes. E mesmo que muitas vezes essa produção caia em um contexto de estereotipação, há produções cinematográficas e televisivas que apontam representações e reflexões sobre o tema, pelo menos é o que defendem especialistas e ativistas sociais.
;Combater a LGBTfobia passa pela informação cultural e conta muito. Toda essa produção conta. Mostra o que a gente tá passando, o motivo pelo qual a gente tá passando.... É uma forma de representação;. A opinião de Marlon Soares, coordenador do Movimento LGBTS Pensar, sugere a importância que as produções culturais têm para a temática gay.
Ainda, segundo o ativista, mais do que combater o preconceito, os filmes, séries e outras formas de arte têm o fundamental preceito de humanizar personagens LGBTs. ;Os espaços ainda estão se abrindo. Onde o homossexualismo era apenas tolerado, agora está conseguindo ter mais voz, mais personalidade. Isso é potencializado até mesmo quando profissionais do meio cultural se assumem, ou manifestam apoio à comunidade LGBT;, explica.
Para Felipe Areda, professor do Núcleo de Estudos da Diversidade Sexual e de Gênero da Universidade de Brasília, ter uma produção cinematográfica e televisa que aborde e represente temas LGBTs é importante, mas ele também lembra que a comunidade tem muito mais produção artística do que isso.
;A cultura é um dos principais terrenos de batalha da comunidade LGBT. Considero que é importante toda a ampliação das representações dos afetos;, aponta o professor, que completa: ;contudo, meu investimento e aposta está menos em sermos melhores representados pela televisão e pelo cinema, e mais em pensar e viabilizar espaços em que artistas LGBTs têm encontrado terreno fértil para difundir suas próprias produções artísticas. Precisamos pensar quem são as criadoras e criadores culturais LGBT no Brasil, como podemos conhecê-las, difundi-las e apoiá-las;, conclui o professor que é o .
;A cultura é um dos principais terrenos de batalha da comunidade LGBT. Considero que é importante toda a ampliação das representações dos afetos;, aponta o professor, que completa: ;contudo, meu investimento e aposta está menos em sermos melhores representados pela televisão e pelo cinema, e mais em pensar e viabilizar espaços em que artistas LGBTs têm encontrado terreno fértil para difundir suas próprias produções artísticas. Precisamos pensar quem são as criadoras e criadores culturais LGBT no Brasil, como podemos conhecê-las, difundi-las e apoiá-las;, conclui o professor que é o .
Confira produções com temática LGBT
Cinema
Algie, the miner
Nos anos seguintes, Billy Quirk foi responsável por interpretar Algie no filme Algie, the miner (Algie, o mineiro). Com um tom mais cômico, típico de Quirk, o filme mudo de 1912, apresentou um dos primeiros personagens gay nas telonas.
Nos anos seguintes, Billy Quirk foi responsável por interpretar Algie no filme Algie, the miner (Algie, o mineiro). Com um tom mais cômico, típico de Quirk, o filme mudo de 1912, apresentou um dos primeiros personagens gay nas telonas.
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La ley del deseo
Em um momento menos inicial e de maior eferverscência cultural, o espanhol Pedro Almodóvar apresentou em 1987, o longa La ley del deseo. No filme, um cineasta e um jovem se apaixonam loucamente. A produção é considerada como uma importante quebra de paradigma ao conteúdo LGBT por apresentar cenas de sexo entre dois homens.
Heavenly creatures
Um dos primeiros trabalhos da premiada atriz Kate Winslet (Titanic) e do diretor Peter Jackson (O senhor dos anéis), o filme Heavenly creatures apresentou em 1994 o amor de duas adolescentes e o preconceito das pessoas. Mais do que um filme lésbico, a proposta foi mostrar os limites da paixão entre as duas garotas, que estão dispostas a tudo para manter a relação.
Priscilla, a rainha do deserto
Também em 1994, foi a vez das trans Anthony, Adam e Bernadette encherem o público de humor no longa Priscilla, a rainha do deserto. O trio, que atravessou o deserto para uma apresentação, aproveitou para mostrar a transexualidade de uma forma mais real, com suas dificuldades e prazeres.
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O segredo de Brokeback Mountain
Ang Lee exibiu em 2005 a história de dois cowboys apaixonados no longa-metragem O segredo de Brokeback Mountain. Mais do que outro filme com a temática LGBT, o longa mostrou o quanto o preconceito e a homofobia podem acometer até mesmo os próprios gays, limitando o amor e pavimentando as fronteiras impostas pelos outros.
Ang Lee exibiu em 2005 a história de dois cowboys apaixonados no longa-metragem O segredo de Brokeback Mountain. Mais do que outro filme com a temática LGBT, o longa mostrou o quanto o preconceito e a homofobia podem acometer até mesmo os próprios gays, limitando o amor e pavimentando as fronteiras impostas pelos outros.
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Milk
Em 2008, foi a vez do diretor Gus Van Sant levar as telonas e aos tapetes vermelhos o filme Milk. A história do ativista político Harvey Milk emocionou o público ao mostrar a difícil relação que a comunidade LGBT norte-americana travou com o sistema legislativo.
Em 2008, foi a vez do diretor Gus Van Sant levar as telonas e aos tapetes vermelhos o filme Milk. A história do ativista político Harvey Milk emocionou o público ao mostrar a difícil relação que a comunidade LGBT norte-americana travou com o sistema legislativo.
Televisão
The L word
Criada por Ilene Chaiken, a série que teve seis temporadas estreou em 2004 com a proposta de apresentar o dia a dia de um grupo de amigas lésbicas em Los Angeles. Várias histórias são contadas ao longo dos anos mostrando ao público os desafios que a comunidade LGBT enfrenta para ter uma vida comum, igual a todos.
Criada por Ilene Chaiken, a série que teve seis temporadas estreou em 2004 com a proposta de apresentar o dia a dia de um grupo de amigas lésbicas em Los Angeles. Várias histórias são contadas ao longo dos anos mostrando ao público os desafios que a comunidade LGBT enfrenta para ter uma vida comum, igual a todos.
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Queer as folk
A produção original inglesa estreou em 1999, mais ganhou um revival norte-americano em 2000, mostrando o cotidiano de um grupo de amigos gays. Apostando no cenário do cotidiano da comunidade LGBT que, assim como os outros, busca crescimento profissional, amadurecimento e família.
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Transparent
A dramédia norte-americana estreou em 2014 com o objetivo de apresentar a história de Maura Pfefferman, um pai de família que decide deixar claro para sua família a identidade de mulher que sempre carregou consigo. Discutindo religião e relações paternas de uma forma mais real, a série é uma chance de representação a comunidade transexual.
A dramédia norte-americana estreou em 2014 com o objetivo de apresentar a história de Maura Pfefferman, um pai de família que decide deixar claro para sua família a identidade de mulher que sempre carregou consigo. Discutindo religião e relações paternas de uma forma mais real, a série é uma chance de representação a comunidade transexual.
RuPaul;s drag race
O reality show apresenta uma competição do universo drag. Idealizado pela drag queen RuPaul, a proposta é uma competição de carisma, identidade e coragem, com muita diversão e honestidade sobre o universo das drags.
*Estagiário sob supervisão de Vinicius Nader
*Estagiário sob supervisão de Vinicius Nader