Diário de Pernambuco
postado em 11/07/2017 10:03
Pernambuco será pano de fundo de O matador, o primeiro filme produzido pela Netflix no Brasil que teve as primeiras imagens divulgadas nesta terça-feira (11). O longa-metragem é ambientado entre as décadas de 1910 e 1940 e conta a trajetória de Cabeleira, interpretado pelo ator português Diogo Morgado. O personagem é um temido assassino do estado que foi criado pelo cangaceiro Sete Orelhas (Deto Montenegro) no Sertão desde que foi abandonado, ainda bebê. A previsão de estreia é para o final do ano.
Adulto, Cabeleira chega pela primeira vez na cidade grande para procurar pelo pai adotivo, que está desaparecido por conta de um crime encomendado pelo tirano estrangeiro Monsieur Blanchard, vivido pelo francês Etienne Chicot (O código Da Vinci), que era chefe de Sete Orelhas e domina o mercado de pedras preciosas, tendo o controle da cidade. O matador é escrito e dirigido por Marcelo Galvão (Colegas, A despedida) e tem produção da Gatacine para a Netflix.
"Toda a trama é totalmente fictícia, até mesmo o contexto socioeconômico. Na época em que se passa história, a moeda é justamente a turmalina, uma pedra que é amplamente comercializada em Pernambuco e na Paraíba. Não existe dinheiro em espécie. Por ser uma terra sem lei, o comércio é dominado por um gringo, mostrando uma atmosfera de violência. Cabeleira não tem qualquer referência sobre educação, valores e civilização, já que cresceu em uma mata", contou Marcelo ao Viver.
As gravações foram realizadas em agosto do ano passado no distrito de Cimbres, em Pesqueira, a 214 km do Recife, e também no município de Papagaio. De acordo com a produção, todos os figurantes foram escolhidos dentre os moradores da região. "Como a trama é bastante dinâmica, com as histórias se envolvendo num contexto arcaico, achamos que Pesqueira reunia as condições mais favoráveis para as gravações. Todo o roteiro foi inspirado nas paisagens pernambucanas", explicou o diretor carioca, cujo trabalho deve ser alavancado com a parceria com a empresa de streaming.
"A Netflix me deu uma liberdade criativa sem precedentes, além de uma plataforma global que vai permitir que a minha história seja contada para pessoas ao redor do mundo ao mesmo tempo. Como cineasta, é uma chance única", acrescentou. A Nettflix atua em mais de 190 países e começou a elaborar material originalmente brasileiro com a série 3%, que se tornou a produção de língua não-inglesa mais vista nos Estados Unidos pelos usuários do serviço. A empresa esteve recentemente no Festival de Cannes com Okja, um filme gravado na Coreia do Sul.