Duas ativistas do Femen, com os seios nus, interromperam na noite dessa terça-feira, 11, um show de Woody Allen em Hamburgo, na Alemanha. O objetivo das mulheres era denunciar a "cultura do silêncio", em referência às agressões sexuais denunciadas por Dylan Farrow, filha adotiva do cineasta. Elas invadiram o palco 20 minutos após o início da apresentação.
"Recordaram ao mundo e aos fãs de jazz que Allen não é apenas este encantador cineasta neurótico, músico e ator", explicou no Facebook o Femen-Alemanha, que também divulgou o vídeo do protesto. Na gravação é possível ver o cineasta de 81 anos consuso, perguntando aos músicos o que as mulheres estavam gritando em alemão. Seguranças retiraram as manifestantes do local e a apresentação continuou após alguns minutos.
De acordo com um jornal de Hamburgo, Woody Allen considerou "estúpida" a ação do Femen e se comprometeu a retornar ao palco nesta quarta-feira, 12, como estava previsto. O cineasta americano, que também é clarinetista de jazz, se apresentava com a New Orleans Ensemble na Filarmônica de Elba, mesmo local em que os líderes do G20 assistiram a um concerto no fim de semana passado.
As acusações de Dylan Farrow sobre as supostas agressões sexuais de Allen quando era criança perseguem o ator há vários anos. O caso foi divulgado pela primeira vez quando o cineasta se separou de Mia Farrow, mãe de Dylan, para viver com uma filha adotiva da atriz, Soon-Yi Previn, que na época tinha 21 anos.
Um juiz de Nova York conclui, durante a batalha judicial pela custódia dos filhos de Allen e Farrow, que as acusações de agressão sexual não eram "conclusivas". Mas Dylan Farrow insistiu publicamente em 2014. O diretor chamou imediatamente as acusações de "falsas e vergonhosas". O caso ressurgiu no Festival de Cannes de 2016, depois que o filho do cineasta, o jornalista Ronan Farrow, publicou um artigo no qual denunciava "o silêncio" a respeito do passado de seu pai.
Confira a publicação do Femen no Facebook:
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