Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Brasília recebe a partir de hoje a 12ª Bienal Brasileira de Design Gráfico

A capital abre espaço para o que há de melhor no design gráfico nacional. Bienal reúne obras das mais variadas vertentes

Brasília é terreno fértil para o design: tem produção, economia criativa e abriga a única entidade profissional local de designers gráficos, a Adegraf. Um pouco por isso, mas também para dar sequência ao projeto de circulação nacional, a Associação dos Designers Gráficos (ADG Brasil) decidiu realizar na capital a 12; edição da Bienal Brasileira de Design Gráfico.

[SAIBAMAIS]A partir de hoje, uma programação que inclui palestras, workshops e seminários com os nomes mais importantes da área no país e três exposições, incluindo mostra com 70 capas premiadas do Correio Braziliense, vão ocupar a Caixa Cultural até o início de setembro para mostrar a quantas anda o design gráfico brasileiro. A edição comemora os 25 anos do evento e tem como objetivo fomentar e divulgar a produção nacional. As primeiras 10 bienais aconteceram em São Paulo, mas, de 2013 para cá, a intenção da ADG é circular pelo país. Em 2015, o Rio de Janeiro recebeu o evento.

A escolha de Brasília pareceu natural para Bruno Porto, membro do conselho consultivo da ADG e professor do curso de design do Iesb, um dos patrocinadores da bienal. ;Hoje em dia, o design gráfico já é transversal a uma série de coisas;, explica o curador, ao lembrar que o design está presente no cotidiano das pessoas. ;Quando você desenvolve uma embalagem, está desenvolvendo um design de produto e isso é design gráfico, um site é design digital, motion grafic com aspecto visual é design gráfico, estamparia também é. A bienal foi ampliando sua área de atuação, foi registrando tudo isso e fomentando a produção brasileira;, destaca Porto.

Bruno Porto resolveu reduzir um pouco o número de artistas na exposição (50), mas todos os 500 selecionados estarão no catálogo e no site do evento(www.bienaladg.org.br). Até a última edição, a bienal era realizada em formato de salão e reunia uma média de 300 obras em um único espaço. ;Queria dar uma pequena reformulada;, diz. ;O próprio designer seleciona o que fez de mais relevante naquele momento e envia para a bienal. No segundo momento, os designers (do júri) selecionam os trabalhos que acham mais inovadores, com excelência técnica de produção. É uma bienal feita por designers duas vezes.;

Além disso, uma seleção on-line permitiu a participação de profissionais de 23 países, sendo que 40% dos 97 jurados são formados por mulheres. ;Foi um cuidado que tivemos. Foi a primeira vez que nos preocupamos com isso. A gente tem falado muito sobre essa questão de representatividade, de empoderamento feminino. O Brasil tem designers fabulosas, que tiveram projetos selecionados em diversas bienais, tivemos mulheres curadoras em edições passadas, no júri também, mas ainda há uma supremacia masculina;, diz Porto.

Este ano, a área de histórias em quadrinhos também recebeu atenção especial e se tornou uma das 40 categorias da mostra. Alguns eram inscritos em projeto de livro, outros em capa, ou editorial e até ilustração. ;Abrimos (a categoria) quadrinhos e teve bastante trabalhos inscritos, selecionados, premiados;, conta Porto.

A produção brasileira não tem uma cara específica, mas um modo de produção que está refletido, principalmente, na maneira como os profissionais trabalham ;O design brasileiro tem um grau de antropofagia, de assimilação de outros sistemas. A gente tem a gambiarra, o drible. A gente vê na sociedade brasileira reflexos de comportamento, soluções que talvez identifiquem essa inovação que alguns aspectos do design brasileiro têm;, acredita Bruno Porto.


Veja aqui a progamação da 12; Bienal Brasileira de Design Gráfico