Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Morre no Rio de Janeiro, aos 74 anos, a atriz Rogéria

Ícone da liberdade sexual, ela teve uma carreira entre a televisão, o cinema e o teatro brasileiro

De voz grave, sem papas na língua e reconhecida pela expressividade, Rogéria se dizia satisfeita com o órgão sexual masculino e se mostrava avessa a fazer uma operação para troca de gênero. Bem-humorada, se dizia "o travesti da família brasileira", uma forma de ironizar o preconceito e o moralismo característicos da formação cultural do país.

Na televisão, participou do programa de Chacrinha e atuou como repórter do Viva a noite, programa de auditório, em 1986. Depois, vieram participações na novela Tieta, em Sai de baixo, Brava gente, Desejo de mulher, entre outras produções audiovisuais. No teatro, coleciona participações marcantes, como a atuação merecedora do prêmio Troféu Mambembe, em uma peça com Grande Otelo.

No cinema, a atuação começou na década de 1960. Ela estreou em 1968 com Enfim sós...com o outro, no qual interpretou o personagem Glorinha. Outros filmes contaram com a participação da atriz: O homem que comprou o mundo, O sexualista, Vestido dourado, Copacabana.

A participação mais recente na tela grande ocorreu sob direção da atriz e cineasta Leandra Leal, no filme Divinas divas, de 2016, inspirado em um espetáculo encenado por Rogéria ao lado de Camille K e transformistas desde 2004. O documentário venceu a categoria no Festival do Rio de 2016, pelo voto popular.