Diversão e Arte

Scalene, que estará no Rock in Rio, faz pocket show nesta terça em Brasília

Confira entrevista com o vocalista da banda, Gustavo Bertoni

Adriana Izel
postado em 19/09/2017 07:00
Scalene lança o disco 'magnetite' nesta terça no Pier 21
A banda Scalene vive mais um ótimo momento da carreira. Em agosto deste ano, o grupo formado por Gustavo Bertoni, Tomás Bertoni, Lucas Furtado e Philipe ;Makako; lançou o disco magnetite, álbum com 12 faixas autorais que mostrou uma nova cara do quarteto, com uma sonoridade com bastante influência da música brasileira. ;Surgiu, naturalmente, uma vontade de nos sentirmos mais brasileiros;, conta Gustavo Bertoni ao Correio. Também é no disco que o grupo se aproxima de um tom mais crítico nas letras, como em Distopia em que cantam ;Homens de terno, podres por dentro/ E a Bíblia na mão, Bíblia na mão/ Pregam o ódio, intolerância/ a cada sermão, cada sermão;.

Nesta terça (19), a partir das 18h30, a banda faz um pocket show de lançamento do álbum no Pier 21. A divulgação do material em Brasília ocorre dois dias antes da Scalene subir ao Palco Mundo, quando abre a noite de quinta-feira, que terá ainda Fall Out Boy, Def Leppard e Aerosmith. Ao Correio, o vocalista Gustavo Bertoni falou sobre a fase da banda, o disco novo e o festival no Rio de Janeiro.

Vocês serão a única banda de Brasília e grupo do novo cenário roqueiro a se apresentar no palco principal do Rock in Rio. Vocês foram pegos de surpresa com o convite? E o que isso representa para vocês?
Não tem como não ficar surpreso com a confirmação de um show desse, mas não chegou a ser ;no susto;. Foi uma oportunidade que fomos perseguindo aos poucos desde antes da edição de 2015, quando fomos lá e conhecemos os bastidores. É uma honra subir nesse palco, um privilégio. Estamos felizes demais de representar a nossa geração do rock nacional em um palco tão lendário, vai ser divertido.

O que vocês estão preparando para o show em relação ao repertório?
Estamos preparando um show bem intenso. Zero covers, sem demagogia. É um evento fora do comum, mas tem que se manter a sinceridade e identidade sempre. Estamos nos estruturando para fazer um show que demonstre respeito e gratidão pela oportunidade de estar naquele palco com aquele público. O repertório vai misturar nossos três discos e alguns singles, escolhemos as músicas que funcionam melhor ao vivo.

O novo álbum é um material com influências um pouco diferentes dos outros discos com uma brasilidade mais clara em sua sonoridade. O que os inspirou a buscar essa raiz?
Surgiu, naturalmente, uma vontade de nos sentirmos mais brasileiros. Resultado das vivências dos últimos dois anos rodando o país para tocar, absorvendo diferentes percepções e realidades. Sentimos que muito do rock brasileiro, inclusive o dos nossos primeiros trabalhos, é um rock gringo cantado em português. Não há nada de errado nisso, música é livre, mas queríamos a sensação de fazer um rock nacional mesmo. Buscamos mais diversidade rítmica na nossa música e em diversos outros estilos.

Em relação às letras, há críticas a temas atuais. O que vocês buscavam transmitir em magnetite?
Falamos sobre o que nos incomoda e inspira. Os excessos e faltas na busca do equilíbrio em diversas áreas da vida. Por mais que o fato de sermos uma das bandas representativas do atual rock tenha sido uma motivação para colocar um holofote em temas que sentimos que são pouco retratados, as críticas foram mais por uma vontade pessoal mesmo. E nos incluímos em várias delas, a ideia é gerar reflexão e consciência, focando na união e empatia.

Vocês têm sido apontados pelos próprios artistas da cidade como a banda que leva o nome de Brasília para fora e que também abre espaço para que a cidade seja vista. Como vocês enxergam isso?
Isso é muito gratificante, sempre admiramos bandas que atuam no cenário da sua cidade de forma agregadora e almejamos isso. Todo mundo tem muito o que aprender com todo mundo. Acho que no fim das contas nossa trajetória tem momentos, sejam eles em relação à música, empreendedorismo, marketing ou posicionamento ideológico, que podem servir de inspiração para bandas com as mais diversas propostas.

Desde o início da carreira, vocês sempre apostaram em investir na música e no lado mais empresarial. Em que momento vocês viram que deveriam assumir esse lado mais empreendedor?
Essa veia empreendedora sempre veio mais do Tomás. Além de escrever várias letras, ele é o estrategista, gestor e gerente da banda, o motor. Eu sou o ;chefe do departamento artístico;, como ele diria. O Lukão cuida da parte financeira e umas burocracias. O Philipe é o talento nato e ponto de equilíbrio emocional da banda. Nos dividimos e delegamos funções como qualquer empresa, sempre nos ajudando. Com o crescimento da banda, temos que nos adaptar a cada vez mais funções. Sempre sentimos que essa era a única opção, na verdade. Foi uma questão de sobrevivência e bom senso mesmo. Não tem como viver e atuar no mercado da música hoje em dia sem essa mentalidade.

Scalene
Pier (SCES, Tc. 2, Lt. 32). Nesta terça (19), às 18h30. Pocket show, lançamento do CD Magnetite e autógrafos com a banda Scalene. Distribuição de senhas a partir das 15h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

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