Rebeca Oliveira
postado em 05/10/2017 06:00
A animação brasileira vive dias de glória. Em 2018, o país será homenageado no Festival de Annecy. O Oscar do segmento será realizado na França entre os dias 12 e 17 de junho e prestará tributo a essa arte brasileira. Até lá, artistas tupiniquins continuando celebrando o centenário do primeiro filme nesse formato no país (o icônico Kaiser, do cartunista Álvaro Martins). É, também em 2017, que o festival Anima Mundi, maior evento do gênero na América Latina, comemora 25 anos de fundação. Por essas razões, Brasília recebe de hoje até 12 de outubro uma versão reduzida da importante mostra.
[SAIBAMAIS]
Fundado por Marcos Magalhães (de Meow, premiado no Festival de Cannes em 1982), o evento matriz aparece entre os cinco maiores do mundo no segmento, sobretudo por fornecer um panorama da produção nacional (seja a comercial, seja a independente) sem deixar de prestigiar películas estrangeiras. Nesse ; de século, mais de 10 mil filmes de 75 países foram exibidos. A mostra em Brasília seguirá uma premissa parecida.
;Nos canais de tevê a cabo, as produções nacionais são campeãs de audiência. O desenho Irmão do Jorel (criada por Juliano Enrico, quadrinista capixaba e ex-VJ da MTV), campeão de audiência, é um bom exemplo. Desde o curta Kaiser, tivemos muitos personagens marcantes, e agora o público está os conhecendo;, afirma Marcos Magalhães. ;Eventos como esse são importantes para manter um fluxo. O mercado da economia criativa está aquecido e animação nunca foi tão consumida quanto agora. Com os celulares e o conteúdo on demand, além das sessões em cinema e festivais, há muitas telas para esse segmento;, complementa.
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Celeiro de animações independentes e autorais, o Canadá tem 15 filmes escolhidos entre as 36 sessões agendadas para a mostra especial do Anima Mundi na capital. Também surgem películas da Suíça, Portugal, Estados Unidos, Argentina e França. No Dia das Crianças, a entrada é gratuita e conta com sessões dos curtas Chocante, Chika, o Cachorro do Gueto e Juntando Cabeças (Kop Op). Completam a programação os nacionais A Primeira Flauta, Diário de Areia e Por que vemos colorido?.
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;Rompeu-se definitivamente a barreira de que animação serve a um público de nicho ou apenas ao mercado infantil. Temos inúmeros casos que mostram isso. Filmes premiados como Uma história de amor e fúria (Luiz Bolognesi) e O menino e o mundo (Alê Abreu) comprovam isso;, completa o realizador, com quase 50 anos de experiência.
;Em um cenário internacional, estamos alcançando um lugar de reconhecimento. Ha uma procura grande da comunidade internacional pelos filmes brasileiros. No entanto, falta uma indústria sólida que garanta uma sustentação. E, por isso, é importante haverem editais e apoios governamentais. Estamos seguindo um caminho que independente disso, apesar dos incentivos ajudarem bastante. A animação é um dos talentos do Brasil, como são o futebol, a música, e a arquitetura. Temos muita criatividade;, finaliza.
SERVIÇO:
Mostra Especial Anima Mundi
No Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (SCES, Tr. 2, Lt. 22; 3108-7600). De hoje a 12 de outubro. Verifique os horários de exibição e classificação indicativa aqui. Ingressos a R$ 5 (exceto dia 12, com entrada gratuita).
Programe-se
O paulista Alê Abreu (indicado ao Oscar em 2016 por O menino e o mundo) é um dos convidados do Brasília Animation Festival, evento inédito que acontece na UnB a partir do dia 12 desse mês. Mais informações neste link.