Diversão e Arte

Novo conselho de curadores do Dulcina pretende renovar a faculdade

Interventora temporária na instituição, Débora Aquino fala sobre sua gestão provisória na escola de Artes Cênicas e das expectativas para o novo conselho administrativo

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 10/10/2017 07:05
Débora Aquino: união com a comunidade acadêmica para a renovação da faculdade
Os protestos liderados por alunos e a ocupação estudantil movimentaram com força e resistência os arredores do Conic no primeiro semestre de 2017. A Faculdade Dulcina de Moraes, localizada em um dos pontos mais centrais da cidade, o Setor de Diversões Sul, foi palco para a luta e uma intensa união entre alunos, professores, servidores e outros membros da comunidade artística do Distrito Federal. O objetivo era colocar uma nova interventora temporária na instituição e promover de maneira democrática a eleição do novo conselho de curadores, que administra e representa os interesses da instituição. As ações deram resultado e, sob a gestão de Débora Aquino, o conselho de curadores será empossado nos próximos dias.

Em sua curta gestão, iniciada em 28 de maio, Débora buscou solucionar problemas urgentes, como o pagamento dos funcionários e a gradual recuperação financeira da faculdade. Atualmente com 220 alunos, Dulcina de Moraes poderia pagar todas as contas e custos de manutenção com 450 estudantes. A principal mudança da gestão temporária foi essa: conseguir deixar em dia o pagamento dos funcionários. ;Tem professor que não recebe nada há um ano e isso demonstra o amor e a seriedade desses profissionais de estarem mantendo suas aulas para não prejudicar nem os alunos nem a instituição;, destaca a interventora.

Débora afirma que, atualmente, os problemas da Dulcina são exclusivamente financeiros. A atividade da faculdade está normal, os cursos são dados durante os dias e noites. Na semana, a efervescência de uma faculdade de artes é notada assim que se chega à instituição. ;A situação financeira é o único lugar que não está recuperado mas que tem total condição de recuperar. Queremos fazer uma grande campanha para chamar a comunidade e atrair novos alunos;, destaca Aquino, que é também artista e produtora cultural.

Para o novo conselho, que conduzirá os rumos da faculdade, um dos grandes patrimônios do DF, se candidataram 16 nomes e o grupo será formado por 15 conselheiros, sendo 12 titulares e 3 suplentes. Débora destaca que os protestos do primeiro semestre foram essenciais para conduzir a instituição ao atual rumo, com a comunidade acadêmica unida e a situação interna que progride gradualmente. ;Foram 68 dias de ocupação dos alunos, que resultou na saída da Vanessa Daniella Pimenta, a antiga administradora judicial provisória. Os próprios alunos e professores me convidaram para colaborar com esse momento da instituição e fiquei muito honrada.;

Participação

Para Débora, o envolvimento de tantos alunos, professores e outros grupos sociais e artísticos, com a criação de movimentos como o Dulcina Vive, têm possibilitado que o espaço continue a pulsar de maneira viva. ;O envolvimento, acolhimento e união desses profissionais, alunos e colaboradores, em prol das artes cênicas e artes plásticas, foi o que mais me chamou a atenção.;

A interventora afirma que, em sua gestão de pouco mais de 100 dias, o objetivo principal era dar mais tranquilidade ao trabalhador. ;Além de artista, eu trabalho com gestão e direitos humanos, não acho justo, de forma alguma, penalizar o funcionário;, destaca. Durante esse período, foram realizadas reuniões semanais para decidir coletivamente as principais frentes de trabalho da instituição. Esses encontros geraram relatórios semanais para que os novos conselheiros possam ter um olhar rápido da situação da instituição.

A ideia é revitalizar a caixa cênica do teatro Dulcina, atrair mais alunos para o espaço, criar mais frentes de trabalho com a comunidade local e possibilitar que a faculdade de artes Dulcina de Moraes continue e manter vivo o centro da capital, além de proteger um importante patrimônio histórico e cultural do país.

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