Alice Corrêa*
postado em 26/10/2017 07:30
Entre amanhã e domingo será realizado o 1; Festival de Cinema de São Jorge, que exibirá obras premiadas na última década e que destacam a história e a cultura brasileira. O festival resiste apesar do trágico incêndio que já devastou mais de 26% da Chapada dos Veadeiros. Por isso, o Coletivo Oyá está produzindo um vídeo especialmente para o evento com uma homenagem e agradecimento aos brigadistas e voluntários que estão lutando para salvar a fauna e a flora da Chapada.
Com uma programação que destaca obras de temáticas locais, o festival encara o momento para conscientizar sobre a importância da preservação do meio ambiente. Do cerrado, fica a lição da capacidade de resistir e se renovar. A natureza logo trará vida nova no lugar do cinza deixado pela ação humana.
A mostra foi idealizada por três amigas apaixonadas pela Chapada dos Veadeiros, que compartilhavam do mesmo sonho: levar a exibição de filmes em tela grande para os moradores da Vila de São Jorge. A cineasta Betânia Victor, a produtora Kátia Oliva e a empresária Lana Côrtes, guiadas pela expressão regional ;deixa o cristal trabalhar;, comum entre os místicos da região, colocaram em prática a ideia de unir duas coisas que os candangos e os goianos adoram: cinema e as paisagens da chapada. As sessões ocorrem na Praça do Artesão e têm entrada franca
Nos três dias de festival, serão exibidos blocos de curtas-metragens premiados como Retratos da alma, de Leo Bello, e Sob o encanto da luz, de Dirceu Lustosa, com temáticas regionais. A diversidade cultural ganha a noite de sábado com Chacal palavra filme, de Piu Gomes, e Brasília (Titulo Provisório), de João Paulo Procópio. Para falar de ufologia e misticismo, temas recorrentes para os frequentadores da Chapada, o último dia de exibição terá o documentário em curta-metragem Efeito Casimiro, de Clarice Saliby.
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Após a sessão de curtas, os espectadores vão conferir longas-metragens atuais, que conquistaram o público em festivais e mostras de cinema pelo país. Na sexta, o documentário Flor do moinho, da diretora candanga Érika Bauer, encerra a primeira noite com a história da raizeira Florentina Pereira dos Santos, personagem célebre em Alto Paraíso pelos mais de 300 partos que realizou.
No sábado, é a vez da comédia Doidas & Santas, de Paulo Thiago, sobre uma mulher que pede o divórcio e embarca em aventuras que nunca imaginou viver. A atriz brasiliense Maria Paula, protagonista do filme e apaixonada pela Chapada, estará presente na sessão.
No domingo, a música popular brasileira invade o Festival de Cinema com a exibição de Amor & Brega, do diretor Ronaldo Duque. Misturando realidade e ficção, o documentário traz um panorama do auge da música brega brasileira, nos anos 1970, quando dominava as rádios com ídolos como Waldick Soriano, Reginaldo Rossi e Altemar Dutra.
Como cinema e música andam lado a lado, não poderia faltar uma agenda de shows. Na sexta, após as sessões, DJs vão animar a noite de São Jorge. Já no sábado, o festival recebe a banda Maria Sabina e a Pêia, um dos grandes destaques da nova geração da música brasiliense.
Cineasta homenageada
O 1; Festival de Cinema de São Jorge vai prestar uma homenagem à equipe técnica, que fica escondida atrás das câmeras, mas é fundamental para garantir a realização das obras que vemos na telona. Esta edição celebra a carreira da continuista Patrícia Alencastro. Patrícia tem mais de 100 filmes no currículo, entre os quais se destacam clássicos do cinema nacional, como Eu, Tu e Eles, de Andrucha Waddington, A partilha e Confissões de adolescente, de Daniel Filho, Deus é brasileiro, de Carlos Diegues.
1; Festival de Cinema de São Jorge
De 27 a 29 de outubro (sexta, sábado e domingo)
Local - Praça do Artesão. As oficinas serão realizadas na sede da Asjor ; Associação dos Moradores de São Jorge.
Entrada franca. Verifique a programação e a classificação indicativa de cada filme.
Mais informações no site https://festcinesaojorge.wixsite.com/2017