Ronayre Nunes
postado em 25/11/2017 11:00
Um dos maiores nomes da indústria do entretenimento mundial, Taylor Swift conseguiu tanto poder na música que comprou uma briga inimaginável: contra o streaming. Lançado no último 10 de novembro, o sexto álbum de Taylor, Reputation, não foi para os serviços de streaming ; que geralmente são os grandes responsáveis por embalar os novos lançamentos. Entenda o que Spotify, Tidal, Apple Music e mais estão perdendo com a queda de braço contra a cantora.
Quanto vale a arte?
No fim das contas, esse é o principal questionamento que Taylor pretende implantar em Hollywood, e especialmente: se os valores pagos pelos serviços de streaming estão perto de propor um valor justo. O grande trunfo da cantora nessa briga é sua história. Detentora de recordes de vendas em trabalhos anteriores, a cantora apostou de uma base de fãs, que está disposta a gastar um pouco mais para ter acesso ao novo trabalho da cantora, e então conseguir manter um novo trabalho sem o apoio do streaming.
;Reputation; fora do streaming
E a aposta não poderia ter sido mais certeira. Reputation alcançou 1,2 milhão de vendas somente na semana de estreia, se tornando o álbum mais vendido do ano. Em segundo lugar está o álbum Divide, do cantor Ed Sheeran, com 931 mil cópias vendidas.
De acordo com a Nielsen, um dos institutos que medem o volume de vendas de trabalhos sonoros nos Estados Unidos, Taylor Swift é a única artista feminina, a ter quatro álbuns com mais de 1 milhão de vendas na semana de estreia, com os trabalhos Speak now (2010), Red (2012), 1989 (2014) e agora Reputation (2017).
E tudo isso, a cantora conseguiu fora do contexto do streaming. O álbum só teve vendas físicas, ou downloads fechados. Ou seja, com o usuário comprando o disco, que custa U$ 12, no site da Taylor, ou em lojas especializadas. Mas nada de Spotify e similares.
Uma questão de números
De U$ 0,6 a 0,8. Esse é o preço médio que os artistas ganham por cada reprodução de sua faixa no serviço de streaming Spotify, de acordo com a própria cantora em comunicado em 2013. O equivalente a cerca R$ 0,2 vai direto dos serviços para as gravadoras, que é a empresa física que de fato detêm os direitos de reprodução das músicas. O valor repassado diretamente para os artistas depende dos acordos específicos que cada gravadora tem com os artistas. Ou seja, um cantor pode ganhar mais ou menos desses R$ 0,2 de acordo com seu contrato com o selo.
[SAIBAMAIS]De uma perspectiva de grande sucesso, como o da Taylor Swift, em que uma faixa é tocada milhares de vezes, o número final até que pode ser relevante. Entretanto, para artistas que não são tão tocados assim ; como com novos cantores ou grupos ; o valor se torna simbólico, deixando muitos profissionais do entretenimento musical reféns de manter uma carreira com arrecadações somente de shows.
Para Taylor a conta também é clara. Enquanto cada faixa teria um rendimento de, no máximo U$ 0,8 no streaming, na venda por álbum, a arrecadação de cada música sobe para U$ 2,4 (com o álbum custando U$ 12 -- Reputation tem 15 faixas).
Naturalmente, o número de usuários que, de fato compram o CD, é bem menor do que aqueles que simplesmente ouviriam uma música de graça ; o serviço Spotify também paga os artistas mesmo o plano do usuário sendo gratuito, por meio das propagandas
Confira o primeiro single de Reputation
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