Diversão e Arte

89ª Feira do Troca reúne comidas típicas, ações culturais e artesanato

A feira, que acontece no povoado de Olhos D'água, próximo a Alexânia-GO, surgiu na década de 1970 e atrai brasilienses de todas as idades

Azelma Rodrigues - Especial para o Correio
postado em 28/11/2017 18:09

Com o tempo, o tipo original de troca deu lugar à preferência do artesão pela venda. Mas, muito da essência do evento, permanece.

Bom programa para este fim de semana: a apenas 100 quilômetros de Brasília acontece a 89; Feira do Troca, no povoado de Olhos D;água, próximo a Alexânia-GO. Tome a BR-060 e vai encontrar comidas típicas como galinha caipira com pequi, uma boa mistura de manifestações artísticos-culturais, de orquestras de violeiros a dança da catira, forró, bailão caipira, teatro de mamulengos e, muito, muito artesanato de qualidade, disposto em banquinhas na praça da Matriz.

A ideia do escambo surgiu na década de 1970, entre amigos pesquisadores do cerrado, encantados com a produção de bom artesanato, produzidos pelos moradores no intervalo das plantações de subsistência. Como o dinheiro circulava pouco, e a carência de objetos urbanos era geral, o grupo liderado pelos professores Armando Farias e Laís Aderne criou a feira, convidando brasilienses a trocarem roupas, sapatos, utensílios de cozinha por bonecas de pano, de barro, cestos, bordados, cabaças, bichos de madeira, antiguidades, tapetes e outras peças de tear.

;Eu vou à feira há anos, porque é um lugar de encontro de muita gente legal, com um monte de eventos acontecendo. O que me chama mais é o artesanato, a cada ano mais delicado e caprichoso, de bonecas de barro a bijuterias, móveis rústicos;, conta a gerente de banco Christina Loureiro, 60 anos, já programada para ir com a família na sexta-feira, dia 1; de dezembro.

Com o tempo, o tipo original de troca deu lugar à preferência do artesão pela venda. Mas, muito da essência do evento, permanece.

;Hoje, a venda é o mais forte, falam que não tem mais troca. Mas há outro tipo de troca, de cultura, de novas amizades, muito valiosas para quem mora aqui;, resume Ana Modesto, 65 anos, aluna da UnB. ;Quando eu cheguei em 1978, a feira era pequena, gostei logo de cara. Vi muitas mudanças - em 1982 fizemos uma divulgação maciça em Brasília, veio umas 6 mil pessoas, num instantinho acabou tudo de artesanato e também o que tinha para comer. Aí, não precisamos convidar mais ninguém;, ela conta.

A prefeitura de Alexânia aponta que o povoado tem cerca de 2,5 mil habitantes, entre nativos e dezenas de brasilienses com casas para onde vão no fim de semana. Pesquisa encomendada em junho indicou que entre 5 mil e 8 mil pessoas circularam nos três dias da feira, com um gasto médio de R$ 337 por pessoa. Ao todo, 301 pessoas responderam ao levantamento, onde cerca de 60% dos visitantes eram do Distrito Federal.

;A Feira do Troca fomenta o principal produto daqui, que é o artesanato. E é muito importante para o municipio e para os artesãos, que se preparam durante todo o semestre;, diz o secretário de Cultura de Alexânia, Michael Felix.

Atraindo artesãos da região e de fora, vendedores de bugigangas, com muita dança e comidas típicas, a feira é realizada duas vezes no ano: nos primeiros domingos de junho e de dezembro.

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