Irlam Rocha Lima
postado em 26/12/2017 06:14
Embora as plataformas digitais sejam, cada vez mais, importante estuário de músicas ; dos mais diferentes estilos ;, o disco em seu formato físico continua sendo uma mídia muito utilizada por quem pretende levar novos trabalhos ao público.
Essa prática ocorre em todo o país e não é diferente aqui em Brasília, onde foram muitos os CDs lançados por artistas brasilienses no decorrer de 2017. Três dos mais recentes são os de músicos que se destacam em seus respectivos segmentos na cidade: o do cantor e compositor Túlio Borges, o do cavaquinista Nelsinho Serra e o do grupo Saidafrente.
Saidafrente
Grupo de choro formado por Vinicius Vianna (violão de 7 cordas), Victor Angeleas (bandolim de 10 cordas), Nelsinho Serra (cavaquinho) e Júnior Viegas (pandeiro), o Saidafrente comemora 10 anos de música com o lançamento do primeiro álbum. ;Embora originalmente o choro de mestres como Pixinguinha e Radamés Gnatali foi o que norteou nosso trabalho, hoje nos consideramos um grupo de música instrumental, influenciado pelo samba e jazz, mas tendo o choro como base;, explica o violonista Vinicius Viana. Principal compositor do conjunto, o bandolinista Victor Angeleas assina oito das nove faixas, entre elas Diplomático, Choro de camarim, Onda do choro e Tantas coisas. A outra, Esperando é uma composição de Nelsinho Serra. Além de shows na capital, o Saidafrente já excursionou por algumas cidades brasileiras e fez uma turnê pela Alemanha.
Cutuca meu peito incutucável
(Túlio Borges) ; O terceiro álbum do cantor, compositor, violonista e pianista brasiliense Túlio Borges, Cutuca meu peito incutucável, reafirma seu talento. Embora seja basicamente um cancionista, Túlio, nos dois últimos discos, tem se prendido mais a ritmos nordestinos. Neste, em que assina os arranjos das oito músicas gravadas, a maioria explora xote, baião e xaxado, embora de forma sofisticada ; marca registrada do trabalho dele. Na abertura, ouve-se Contracaximbo da paz, que Túlio fez com o paraibano Jessier Quirino. Os dois são autores também de Enxerida no contexto. Outros parceiros são Ana Reis (Concreto, amor e canção) e Climério Ferreira (Vem não). Há ainda as regravações de Cantiga, dos piauienses Clodo e Clésio Ferreira; e de Curvas, do paraibano Zeto. O saudoso percussionista maranhense Papete e o também paraibano Afonso Gadelha participam do Cutuca.
Cavaquinho
(Nelsinho Serra) ; Músico desde a adolescência, arranjador, compositor e professor de música, o brasiliense Nelsinho Cavalcante atua também como produtor, além de tocar no Do trabalho para o samba, na Praça dos Artistas do Setor Comercial Sul. Um dos fundadores do grupo Saidafrente, lançou recentemente CD solo, intitulado Cavaquinho, não por acaso o instrumento que o fez conhecido na cena musical brasiliense. ;Já participei dos discos de Ana Reis, George Lacerda e Helena Pinheiro e agora, finalmente, lancei me primeiro CD. Do repertório de nove temas, cinco são de minha autoria: Gambá cheiroso, Quando dois se encontram, Dona Laurita, Malabarista e Leva essa;, destaca. Contando estrelas (Maurício de Oliveira), Velho amigo (Jonas Pereira), Galho seco (Jacaré) e Ilusão, nada mais (Dominguinhos e Fausto Nilo) são as faixas complementares.