Adriana Izel
postado em 03/01/2018 07:30
No ano passado, o Brasil comemorou o centenário da animação no país e teve muitos motivos para celebrar a data. Quer dizer, continua tendo. O país viu crescer o número de produções nos cinemas e também na televisão. Só na tevê, são mais de 40 em exibição. A expectativa é de mais produções em 2018 nos dois meios.
No início do mês de dezembro, o diretor Alê de Abreu, que foi indicado a diversos prêmios por O menino e o mundo (2016), incluindo o Oscar, lançou a animação Vivi Viravento na televisão por assinatura brasileira. Exibida pelo canal Discovery Kids, a atração acompanha a protagonista Alice Crisci, uma jovem que, a cada episódio, conhece um novo lugar onde faz amigos e aprende mais sobre si, sempre ao lado dos companheiros Mochilão e Lanterninha.
A animação foi criada e supervisionada por Abreu ao lado da mulher, Priscilla Kellen, que assume a direção da produção. Planejado há oito anos, o desenho estreou primeiro na tevê fechada e ganhará a televisão aberta este ano, quando será lançado na TV Cultura por meio do financiamento do edital AnimaTV. O concurso realizado pela Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura em 2009 selecionou 16 curtas-metragens para exibição no canal.
;De fato, a animação brasileira vive um momento muito especial. São dezenas de projetos em produção, longas e séries exportados para o mundo todo;, disse o diretor ao portal Telepadi durante a divulgação da série.
Destaque mundial
Um exemplo disso são algumas séries brasileiras que fazem sucesso há alguns anos fora do país, entre elas, O irmão do Jorel e As aventuras de Gui e Estopa, ambas exibidas no Cartoon Network. As duas também são transmitidas na TV Brasil e na TV Cultura, respectivamente.
O irmão do Jorel, inclusive, ganhou o título de desenho animado mais assistido do Cartoon Network. A produção é de autoria do capixaba Juliano Enrico e chegou à tevê por assinatura anos atrás, quando ele ganhou um concurso do canal e virou a primeira animação brasileira da emissora. A história mostra o cotidiano de uma família disfuncional que tem um filho apresentado apenas como ;o irmão do Jorel;.
Outra produção de destaque fora do Brasil é a animação Historietas assombradas (para crianças malcriadas), de Victor-Hugo Borges. A animação chegou a ser selecionada no concurso Anima TV, o mesmo que premiou Vivi Viravento e depois ganhou um financiamento do Cartoon Network. Em 2013, foi o programa infantil mais assistido no Brasil.
Essa boa fase do mercado de animação no país chegou a ser reconhecida na França. O tradicional Festival Annency fará homenagem ao Brasil em sua edição de 2018, entre 11 e 16 de junho. O evento já teve duas vitórias brasileiras com O menino e o mundo e Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi, produção de 2013.
Nos cinemas
Em 2018, um dos nomes de maior destaque brasileiro no mercado cinematográfico está de volta às telonas. É o diretor Carlos Saldanha, com a animação O touro Ferdinando. Saldanha é o nome por trás de sucessos como as franquias A Era do Gelo e Rio, indicadas ao Oscar. No Brasil, O touro Ferdinando estreia em 11 de janeiro e terá como dubladores nomes como Otaviano Costa, vivendo o protagonista, Maísa Silva e Thalita Carauta.
Baseada em livro homônimo, a história segue o touro Ferdinando, que não gosta de brigar e nem quer participar das touradas tradicionais de Madri, na Espanha. ;É uma história que atinge todo mundo. Ela é muito emocionante e importante. Ela tem essa coisa da autoconfiança. É um filme feito para a família e de representatividade, algo que falta para o público infantil;, analisa Maísa Silva, apresentadora e youtuber.
Animação para adulto