O poeta chileno Nicanor Parra morreu na madrugada desta terça (23/01), aos 103 anos. Irmão da cantora Violeta Parra, o poeta era considerado por críticos como Harold Bloom um dos mais importantes da literatura Ocidental. Ganhador do Prêmio Cervantes em 2011, ele defendia uma poesia acessível e compreensível, incorporava aos versos a linguagem do cotidiano e costumava dizer que os poetas precisavam descer do Olimpo. Por isso, chamava a si mesmo de antipoeta.
Membro mais longevo do clã Parra, Nicanor estava lúcido e produtivo. Em 2017, publicou uma coletânea intitulada El último apaga la luz. No Brasil, no entanto, seus livros nunca foram traduzidos.
Nascido em 1914, ele nem sempre enveredou pela literatura. Estudou matemática e física e chegou a fazer um doutorado em física na Universidade Brown, nos Estados Unidos. Também deu aulas na Universidade do Chile. Sua primeira obra, Cancionero sin nombre, data de 1937. Parra foi muito criticado por nunca ter se engajado junto à esquerda durante a ditadura militar chilena, mas ele nunca assumiu uma posição política quando ao regime.