Diversão e Arte

Morre a maestrina Elena Herrera, ex-regente da OSTNCS

A maestria morreu aos 69 anos, em Oviedo, na Espanha

Nahima Maciel
postado em 09/02/2018 11:47


A maestrina morreu na madrugada desta sexta (09/02), aos 69 anos


Morreu na madrugada desta sexta (09/02), às 5h30, a maestrina Elena Herrera, regente titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) entre 1995 e 1998. Aos 69 anos, a maestrina morava em Oviedo (Espanha), com a filha Luísa, e morreu de câncer de intestino. Entre o dia que descobriu a doença e o dia da morte, passaram-se apenas quatro meses.

Elena Herrera esteve à frente da OSTNCS durante o governo de Cristovam Buarque e tinha especial apreço pelo repertório de ópera. Nascida em Cabaigan (Cuba), era formada em piano. A carreira como regente teve início na década de 1980, quando regeu a Sinfônica de Matanzas e foi nomeada Assessora Nacional de Prática de Orquestra de Música de Câmara, em Cuba. Mas a trajetória da musicista não ficaria restrita à ilha. Depois de ser diretora musical da Ópera de Cuba, ela dirigiu montagens de óperas na Polônia, na Espanha, na Colômbia, em Porto Rico e no México. No repertório entravam clássicos como Il Trovatore, Macbeth, Nabuco e Rigoletto. Em Oviedo, onde passou os últimos anos depois de deixar Brasília, a maestrina dirigia o Coro da Associação Asturiana de Amigos da Ópera.

Herrera teve uma passagem importante pela capital. Além de reger a OSTNCS nos anos 1990, assumiu a orquestra em 2010, quando o maestro norte-americano Ira Levin deixou a sinfônica. Também é a fundadora da Orquestra Sinfônica da Divisão Regional de Ceilândia, criada quando era Assessora Musical da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Formar público e trabalhar a música como forma de inclusão social era um dos objetivos de Herrera. A voz da maestrina também podia ser ouvida no rádio. Em 2007, ela apresentou os programas A grande música e Cultura clássica, na Cultura FM. Nessa época, ela já se dividia entre Oviedo e Brasília. ; A maestrina Elena Herrera se dedicou muito ao seu trabalho em Brasília. Quando da sua gestão ela incentivou muito os músicos da Orquestra a tocarem como solistas e deu um forte impulso no ritmo do trabalho acrescentando obras de grande dificuldade técnica, implementando um novo desafio musical a época para a OSTNCS;, diz Claudio Cohen, atual regente titular da orquestra. Segundo ele, a administração da sinfônica tentava organizar um concerto com Herrera em Brasília. A maestrina será enterrada no sábado (10/02), no cemitério El Salvador, em Oviedo.

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