Diversão e Arte

Novo longa da Marvel, Pantera Negra destaca a cultura africana

A pré estreia do filme será quarta-feira, à 0h01

Correio Braziliense
postado em 14/02/2018 07:30
Cena do longa Pantera Negra

Novo longa da Marvel, Pantera Negra chega aos cinemas à 0h01 de amanhã, mas, mesmo antes da estreia, já causou furor. O filme, que vai mostrar com mais profundidade o herói homônimo, é o primeiro da produtora a contar com elenco composto principalmente por atores negros e traz um afro-americano na direção.

E não pense que se trata de uma produção modesta, de nicho, feita apenas com a intenção de abordar questões raciais. Pantera Negra é blockbuster dos grandes, com investimento pesado da Marvel e com claro desejo do estúdio de se tornar mais um sucesso mundial de bilheteria.

Para se ter ideia dos custos do filme, o orçamento está estimado em US$ 200 milhões, mais, por exemplo, do que o repleto de efeitos visuais Doutor Estranho (US$ 165 milhões) e do que o engraçado e elogiado Thor: Ragnarok (US$ 180 milhões).

Por esses atributos, Pantera Negra já é considerado um marco na cinematografia da Marvel, mesmo se a qualidade do longa não for tão alta (a crítica elogiou efusivamente o filme). Isso porque é a primeira grande aposta da produtora em algo focado na cultura negra e africana e destinado, ao mesmo tempo, para o grande público.

O longa chega em um contexto de instabilidade nos Estados Unidos. A violência policial e a repressão contra negros trouxe a temática racial de volta aos holofotes. A chegada de Donald Trump à Casa Branca (com altas doses de conservadorismo) também alimenta o tema.

Além disso, o próprio cinema discutiu o racismo e a invisibilidade negra nos últimos anos. O movimento #OscarsSoWhite, por exemplo, fez barulho em Hollywood ao denunciar a ausência de negros nas premiações da academia americana em 2015 e 2016. As críticas surtiram efeito e, em 2017, o Oscar meio que se desculpou ao premiar títulos como Moonlight.

A intenção em Pantera Negra, segundo elenco e direção, era fazer um filme de herói, mas torná-lo também uma representação do que é ser negro hoje e debater questões importantes sobre isso. “Você tem filmes de super-heróis que são dramas ou comédias de ação”, disse o diretor do longa, Ryan Coogler, à revista Time. “Mas este longa aborda outro gênero importante: filmes de super-heróis que lidam com questões de descendência africana”, explicou.

Exaltação

Pantera Negra é, antes de tudo, uma celebração da cultura africana. O filme se passa no país ficcional Wakanda e o guerreiro T’Challa (interpretado por Chadwick Boseman), com inteligência e forças sobre-humanas, retorna à nação, depois de lutar ao lado dos Vingadores, para herdar o trono deixado pelo pai.

É bom frisar que Wakanda, no entanto, passa longe da atual imagem estereotipada dos países africanos, sempre relacionados à pobreza e ao sofrimento. Detentor de um metal superpoderoso, o vibranium, o país é um dos mais desenvolvidos na conjuntura mundial apresentada no longa.

Nas diversas análises publicadas na imprensa internacional, Wakanda foi várias vezes descrito como uma visão do que poderiam ser os países africanos sem a colonização (e a contaminação) do Ocidente. As riquezas, ao menos na ficção, se transformaram em desenvolvimento.

Mulheres

Pantera Negra é um longa de empoderamento. Além da óbvia identificação com as raízes africanas, o filme também abre espaço para o protagonismo feminino em diversos momentos. As mulheres da produção não estão ali apenas para ocupar espaço e fazer figuração. O filme tem elenco feminino de peso, com nomes como Lupita Nyong’o, Danai Gurira e Angela Basset.

Lupita, por exemplo, defendeu a força da mulher em Pantera Negra. “Não é exagerado, é exatamente como são as coisas em Wakanda. Essa é uma imagem muito poderosa, mostrar um país em que não há esforço para realizar a igualdade, ela apenas já está lá”, disse em entrevista sobre o longa à imprensa americana.

US$ 200 milhões
Orçamento de Pantera Negra

US$ 120 milhões
Estimativa de bilheteria na estreia nos EUA

1966
Ano em que o herói surgiu nos quadrinhos
 
 
 
 
 
 
 
 
 



Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags