Diversão e Arte

Poetas se inspiram no cotidiano de Ceilândia para escrever

A cidade é fonte de inspiração para diversos escritores

Matheus Dantas*
postado em 28/02/2018 07:00
A atriz e escritora Lilia Diniz: reduto da cultura nordestina

Com o multiculturalismo, a diversidade gastronômica, o sotaque predominantemente nordestino e a multiplicidade de feiras, Ceilândia é fonte de inspiração para os poetas. ;Ceilândia, é plural, é lugar da diversidade e do acolhimento;, comenta a poeta Meimei Bastos.
;Basta dobrar uma esquina, ir à feira ou à qualquer evento, que facilmente, depara-se com toda essa riqueza cultural. Independente mente de onde tenha vindo, o sentimento é de identificação, de estar em casa. Para mim, que nasci, vivi e que fui alimentada por ela, esta diversidade é inspiradora;.

Referência na cidade, a Feira de Ceilândia também é um marco para os poetas, que se encantam com a diversidade cultural que fervilha no local, como no trecho do poema de Margô Oliveira, que retrata o cheiro e o gosto das especiarias presentes. ;Pra mim/Ceilândia tem/gosto/Ceilândia tem cheirinho/Ceilândia tem/Dela degusto/Delicioso tempero.;

Entre referências e boas histórias, os textos também carregam críticas e denúncias, que buscam conscientização para uma cidade melhor.

;Daqui tiro inspirações diversas, desde as madrugadas tensas ao dia claro de céu azul, me proporcionando fontes inesgotáveis de criação, o povo daqui e suas experiências locais favorecem a cultura de forma gigantesca;, conta o escritor, poeta e rapper Japão. No poema Chove em Ceilândia, o rapper fala das lutas vividas pelos moradores. ;Nenhuma arma vai prosperar/Seu ódio não é melhor que minha luta/Seu pecado não é mais suave quanto o meu/Somos peças do mesmo jogo/O que diferencia é que sou inteligente/A ponto de te perdoar por sua ignorância;.

Além de inspirar, Ceilândia é vista como uma cidade resistente e mantenedora de sua cultura originária, a nordestina, se orgulha a poeta Lília Diniz.

;Para mim, é a prova viva da força da cultura do nosso povo. Contribui para a elevação da autoestima, para a saúde, para o respeito às diferenças e a ancestralidade;, enfatiza Lília.

Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco

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