A Fox levou ao ar, na noite deste domingo (11), uma entrevista inédita na qual O. J. Simpson teria confessado o assassinato da ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e do amigo dela, Ron Goldman. O especial de duas horas - exibido apenas nos Estados Unidos -, intitulado O. J. Simpson: The lost confession? (O. J. Simpson: A confissão perdida?, em tradução literal), foi retirado de uma entrevista concedida a Judith Regan e nunca veiculada em respeito às famílias das vítimas.
A conversa ocorreu na ocasião do lançamento do livro If I did it: Confessions of a killer (sem lançamento no Brasil), em 2006. Na obra, O. J. descreve como, "hipoteticamente", ocorreu o crime do dia 12 de junho de 1994. No relato, reproduzido ao longo da entrevista, ele afirma que dirigiu até a casa de Nicole portando luvas, um boné e uma faca sob o banco do passageiro, mantida no local para fins de proteção.
O amigo dela, Goldman, teria chegado de surpresa para devolver os óculos escuros que a mãe da vítima teria esquecido em um restaurante e os dois teriam brigado.
Em primeira pessoa, o ex-jogador de futebol americano afirma que Goldman entrou em "posição de caratê" para atacá-lo e, em seguida, só se lembra de estar segurando a faca. Nicole teria sido assassinada por aparecer para defender o amigo.
O. J. afirmou que aceitou escrever o livro por dinheiro, já que ganhou US$ 800 mil da editora Harper Collins pela publicação. Por conta dos supostos detalhes do crime, que ganhou forte apelo midiático à época, a entrevista acabou não sendo exibida.
De acordo com Terry Wrong, produtor executivo do programação da Fox, a intenção era proporcionar uma nova perspectiva sobre o caso no ano em que o crime completa 24 anos. Além da polêmica entrevista, que se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais com a hashtag #DidOJConfess (;;O. J. confessou?;;, em tradução livre), o canal também levou ao ar gravações de ligações feitas por Nicole ao serviço de emergência dos Estados Unidos.
Por várias vezes, ela denunciou ter sido agredida por O. J. "A única coisa que me magoa mais do que ser considerado um assassino é ser considerado um agressor", rebateu ele, em 2006, sobre as acusações de violência.
O caso foi detalhado na série documental O. J.: Made in America (2016), produzido pela ESPN e vencedora do Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, com a história do ex-jogador do Buffalo Bills e San Francisco 49ers.
Aos 70 anos, o atleta está em liberdade desde o ano passado. Ele foi absolvido da acusação de assassinato, após julagmento que durou 372 dias, mas foi preso em 2008 por sequestro, assalto à mão armada e formação de quadrilha. A história também foi abordada na série The People v. O. J. Simpson: American crime story, da FX.