Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Maria Madalena, em nova versão, ocupa os cinemas, ao lado de Em pedaços

Filmes premiados e atrações que retratam mulheres estão entre as oito estreias no circuito de cinema

Depois de interpretar dois personagens controversos em filmes que resultaram em indicações ao Oscar, a atriz Rooney Mara (de Carol e Os homens que não amavam as mulheres) não foge da linha, na mais recente adaptação de trecho da Bíblia intitulada Maria Madalena. Com direção a cargo de Garth Davis, que, ano passado, assinou a fita de ótima repercussão Lion ; Uma jornada para casa, o longa traz nova abordagem para a figura que, no cinema, teve interpretações clássicas em atrizes como Monica Bellucci, Juliette Binoche e ; com muito estardalhaço ; Barbra Hershey, dona de um trabalho em A última tentação de Cristo, que rendeu indicação ao Globo de Ouro de coadjuvante, em 1989, em filme de Martin Scorsese.

Reforçar o aspecto de discípula de Cristo e afugentar qualquer viés de prostituição foram alguns dos objetivos da dupla de roteiristas Helen Edmundson e Philippa Goslett (de Poucas cinzas: Salvador Dalí) que privilegiaram a perspectiva feminina para a obra de Garth Davis. Recentemente interpretado pelo israelense Avraham Aviv Alush (no fantasioso A cabana), Cristo, agora nos cinemas, ganha a representação de Joaquin Phoenix. Na história de perdão e de transformação, outros atores ganham relevância: Tahar Rahim (de O profeta) vive Judas, enquanto Chiwetel Ejofor (de 12 anos de escravidão) responde por Pedro.
Candidato entre 19 títulos que estiveram no último Festival de Cannes, o drama Em pedaços faturou o título de melhor atriz para a alemã Diane Kruger, símbolo de resistência e de justiça, como protagonista do mais recente filme do diretor alemão Fatih Akin. Na pele de Katja, mulher do empresário turco Nuri e mãe de um menino de sete anos, Kruger encarna uma vingativa mãe de família que vê a vida do avesso, a partir de violento ato possivelmente cometido por terroristas neonazistas.

Chocado com a atuação da Clandestinidade Nacional-Socialista (grupo da sigla NSU), Fatih Akin concentra a história de ficção num revide judicial para práticas discriminatórias ocorridas em 2000.

Conhecido por filmes vitoriosos em festivais como os de Berlim (Contra a parede, em 2004, venceu o Urso de Ouro), de Cannes (Do outro lado foi vitorioso no quesito roteiro, em 2008) e Soul kitchen (destacado com o prêmio especial do júri de Veneza, em 2009), Akin concorreu, em caráter de finalista, a uma das cinco vagas ao Oscar de melhor filme estrangeiro (tendo ganhado o Globo de Ouro da categoria). Diane Kruger é sempre lembrada por Bastardos inglórios.
Outras estreias
Daphne
; De Peter Mackie Burns. Após um assalto, uma mulher é confrontada com o estilo de vida niilista ao qual se dedica.

Imagens do Estado Novo ; 1937 a 1945
; De Eduardo Escorel. Vencedor de menção honrosa no Festival É Tudo Verdade, o longa apresenta a ditadura de Getúlio Vargas, abordando aspectos da censura, de conspirações e da participação do Brasil na Segunda Guerra.
12 heróis
;De Nicolai Fulgsig. Estrelado por Chris Hemsworth e Michael Shannon, mostra a formação (com base em fatos dos anos de 2 001) de um grupo de especialistas que pretende capturar terroristas ligados à derrubada das Torres Gêmeas de Nova York.

Minha amiga do parque
; De Ana Katz. Premiado pelo roteiro no Festival de Sundance, o filme argentino estrelado por Ana Katz apresenta um leque de desconfianças e barreiras para mães que se encontram num parque infantil.

Western
; De Valeska Grisebach. O rústico dia a dia de alemães que atuam na infraestrutura de região interiorana búlgara desperta a atenção da diretora.