Paulista de apenas 23 anos, Anaju Dorigon está de volta às novelas. E, dessa vez, com ainda mais destaque. Depois da passagem por Malhação: Sonhos (2015), agora ela é uma das cinco filhas da família Benedito, o núcleo protagonista da novela Orgulho e paixão, de Marcos Bernstein, recém-estrada na Globo. No folhetim, a atriz interpreta Cecília, inspirada na personagem Catherine Morland, de A Abadia de Northanger, uma das obras de Jane Austen que serviram de base para a trama das 18h.
Cecília e Catherine tem em comum o coração puro, a ingenuidade e a paixão por livros góticos e trágicos. ;É uma moça apaixonada por livros, romances góticos e que permite que suas ideias voem;, explica Anaju Dorigon ao Correio. Na novela, Cecília se apaixonará por Rômulo (Marcos Pitombo), morador do Vale do Café, que a personagem acredita estar envolvido em um misterioso assassinato.
Esse é o segundo grande papel de destaque Anaju Dorigon na televisão, que, durante o período longe dos folhetins, gravou o filme espanhol Jesus de Nazareth ao lado de atores internacionais e também esteve na série Segredos de justiça, do Fantástico. ;Sempre tive o sonho de atuar em espanhol! Acho que quando você sai da zona de conforto, que, nesse caso, é o seu idioma, se torna muito mais delicado o processo de se ouvir e ouvir ao outro em cena;, revela.
Entrevista // Anaju Dorigon
O que você pode contar sobre Cecília de Orgulho e paixão?
Cecília é doçura e imaginação! É uma moça apaixonada por livros, romances góticos e permite que suas ideias voem. Justamente por isso acaba por se apaixonar e viver aventuras e romances cheios de mistérios.
A novela é inspirada na obra de Jane Austen. Na preparação, você buscou os livros e adaptações das obras da autora?
É de fato um presente poder beber nas obras de Jane Austen, assim como viver a história linda e mágica escrita pelo Marcos Bernstein. Li Orgulho e preconceito, A Abadia de Northanger e assisti às adaptações dos filmes baseados nos outros livros de Jane Austen. Além, disso, procurei outros universos pra mergulhar e viver essa fascinação de Cecilia pelos livros.
Orgulho e paixão será seu retorno depois de Malhação. Como foi esse período fora da emissora?
Foi extremamente enriquecedor. Acho que a profissão pede sempre movimento, renovação e redescobertas. Realizei um grande sonho que era fazer um longa-metragem em outra língua. Participei da série Segredos de justiça, no Fantástico, ao lado de Tonico Pereira e grandes atores com quem sempre quis trabalhar. A partir disso, tive a experiência linda de me dedicar à corrida, esporte que eu amo, e realizar provas em alguns países. Foi um ano mágico!
Você estreou em Malhação, que é uma espécie de escola para muitos atores. Como foi a sua experiência no folhetim?
Foi maravilhosa! É mesmo uma grande escola onde todos aprendem juntos. Tive a imensa sorte de estrear ao lado de atores incríveis e de viver uma personagem (Jade) que me permitiu experimentar um pouco de tudo: drama, comédia, dança. Acho que todo trabalho vem com muitos ensinamentos e Malhação com certeza me transformou.
Além da novela, neste ano, você estará nos cinemas em Jesus de Nazareth, uma produção rodada em espanhol. Como você entrou no elenco do filme e como foi atuar em outra língua?
A língua e cultura latino-americana sempre fizeram parte da minha vida. Os produtores do filme acabaram por conhecer meu trabalho e me convidaram para fazer parte desta obra. Rodamos pelo deserto da Espanha, na cidade de Almería. Foi um sonho, confesso que, às vezes, mal conseguia acreditar! É muito difícil colocar em palavras a experiência de contar uma história tão importante na vida de milhares de pessoas. Interpreto Marta, uma das três mulheres do filme ao lado de Maria e Maria Madalena. Ela sofre a perda do irmão, Lázaro, que é depois ressuscitado por Jesus e então, vê sua crença mudar. Sempre tive o sonho de atuar em espanhol! Acho que quando você sai da zona de conforto, que é seu idioma, se torna muito mais delicado o processo de se ouvir e ouvir ao outro em cena. Confesso que o frio na barriga fica ainda maior!
Antes de virar atriz, você foi miss e participou de concursos de beleza. Como foi essa experiência para você? Em que momento decidiu seguir a carreira de atriz?
Foi linda! Com certeza, não veria o mundo como vejo hoje. Aprendi imensamente sobre outras culturas, relações e sobre mim. Hoje olho para trás e vejo que sempre fez parte de mim ser atriz. Parte de mim não, eu inteira (risos). As portas foram se abrindo e fui sendo guiada. Quando comecei a estudar atuação, percebi que sempre amei e respirei isso, eu só não sabia o nome!
Você morou fora, onde estudou artes cênicas. Como foi essa experiência? E o que traz daquele período para sua atuação hoje?
Aprender onde grandes obras acontecem, ver a raiz de muitos processos, fazer isso em outro idioma e ao lado de pessoas que amam o ofício é um dos mais lindos presentes que ganhei! Acho que é imprescindível para a profissão, o autoconhecimento. Você se conhecer, saber como você funciona, o que te fará chegar naquele lugar. Seus gatilhos e sua liberdade de abrir-se para o novo. Gosto de ver cada trabalho como um novo começo, partir do zero e reaprender tudo. Cada personagem é uma energia e um processo. É uma vida inteira ali a qual você vai se permear!