Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Estrelado por Dwayne Johnson, 'Rampage' traz cinema derivado de videogame

'Rampage' é um dos sete filmes com estreia no Distrito Federal

Sucesso, há três anos nos cinemas, o longa Terremoto ; A falha de San Andreas parece ter escancarado a vontade de uma nova união entre o diretor Brad Peyton, o roteirista Carlton Cuse e, claro, o astro Dwayne Johnson, o eterno lutador chamado de The Rock. O desejo da nova parceria conjunta resultou em Rampage: destruição total, que chega às telas hoje. O filme toma de empréstimo as bases de um jogo de videogame popularizado em meados dos anos de 1980. Quase que mapeando boa parte dos Estados Unidos, a trama se concentra em dois momentos: no primeiro, o primatologista Davis Okoye (Dwayne Johnson) desfila a afinidade com o gorila George, um animal albino; na outra parte, o caos está instalado, e criaturas geneticamente modificadas espalham medo. Entre elas, está George ; quase um primo de King Kong.

Com orçamento estimado em US$ 120 milhões, Rampage sinaliza o bom momento profissional do astro de Jumanji: bem-vindo à selva (ainda no segundo lugar das bilheterias de 2018). Nas bilheterias mundiais, os lucros alcançam a faixa de US$ 1 bilhão, atrás apenas de Pantera Negra. Os momentos inciais de Rampage prometem: numa estação espacial, uma astronauta vaga, atrás de material químico reservado a experimentos de mutação genética.

Desfeita a primeira, e boa impressão, o filme chega à Terra. Em termos gerais, na produção, a equipe técnica do filme reproduz parcerias do exitoso Terremoto ; A falha de San Andreas, filme que, no Brasil, foi assistido por público superior a 2,2 milhões. Além do repeteco no autor da trilha sonora, Andrew Lockington, Rampage tem entre os produtores Beau Flynn, Brad Peyton (diretor do novo filme) e Dwayne Johnson, além do desenhista de produção Barry Chusid e do supervisor de efeitos especiais Colin Strause.

Misturando a ação de agentes de informação do governo, de civis em estado de calamidade, de pesquisadores comandados por Okoye e de assumidos vilões, Rampage joga importância na atuação de uma geneticista interpretada por Naomie Harris (concorrente ao Oscar por Moonlight: sob a luz do luar). No elenco, ainda estão Jeffrey Dean Morgan e Malin Akerman (do longa Watchmen, o filme), Jake Lacy (da série Girls) e Joe Manganiello (Magic Mike). Figurinista de Planeta dos Macacos: o confronto, Melissa Bruning tem trabalho de relevância em Rampage.

Por ação de patógeno, explicada no filme, Rampage traz uma versão de George ampliada e violenta. O gorila é um dos responsáveis por ataques em massa que assolam os Estados Unidos. Participantes das mesmas atrocidades, os enormes Lizzie (um réptil) e Ralph (um lobo) não têm os nomes citados nas telas, no filme que marca mais uma colaboração entre Dwayne Johnson e o diretor Brad Peyton (seis anos depois de Viagem 2: A ilha misteriosa) e desinteressado em seguir à risca questões do jogo em que se baseia (não há, por exemplo, transformações de humanos).

Outras estreias

A noiva do deserto (confira entrevista, abaixo)

Antes que tudo desapareça

Baseado em fatos reais

O dia depois

Severina

Aos teus olhos

Três perguntas // Paulina García, atriz de A noiva do deserto

Sob o comando das codiretoras Cecília Atán e Valeria Pivato, a premiada atriz Paulina García estrelou A noiva do deserto, que integrou o Festival de Cannes, e agora chega ao Brasil. Na trama, ela interpreta Teresa, uma empregada doméstica, que, acidentalmente, passa a conviver com Gringo (Claudio Rissi), colega de estrada, num breve road-movie.

Central do Brasil foi inspiração para o novo filme, e como lida com prêmios e fama que também acompanham colegas como Fernanda Montenegro?

Realmente não havíamos pensado na relação com Central do Brasil e, tampouco, as diretoras pediram que eu assistisse ao filme brasileiro. Pela primeira vez, eu participo de um road-movie, o que me trouxe muita expectativa; achei bem interessante o modo como, nos distanciamos, nas filmagens do pretendido texto original. Vejo prêmios como surpresas, eles sempre estão fora dos nossos processos de criação. Quando ganhamos, retratam um momento íntimo e quase privado de um artista. Com o longa Gloria (que rendeu Urso de Ouro de atriz, no Festival de Berlim), chegamos a um ponto muito imprevisto. Já Las analfabetas (reconhecido com Kikito de atriz, no Festival de Gramado) contava com orçamento tão modesto, que me deixou baratinada, pelo reconhecimento. No Chile, a questão do star system se deloca para a tevê, um meio em que não sou muito atuante. Daí, eu poder circular bastante nas cidades (risos).

Seu novo filme é comandado por mulheres. Como vê o empoderamento atual?

Com esta questão, os homens é que se preocupam muito mais (risos). O que houve foi a exposição de aspectos excludentes da sétima arte. Além dos assédios sexuais, revelou-se o histórico dos salários mais modestos reservados às mulheres. Foi retirada a venda que cobria muitos olhos. Deus permita que, de fato, o poder feminino, ainda relegado, venha a se desenvolver.

Em que pé está a aceitação internacional das produções latinas?

Existe e é sinal de que temos contado bem histórias, além de apresentarmos maior sintonia com o mundo. Estamos numa era boa para o cinema latino-americano: tateamos um lugar na meca do cinema (Hollywood). Com o audiovisual, estive na série Narcos, com o Wagner Moura. Nossos atores têm despontado! Com Narcos há exemplo de se lograr enredos que pertecem a todos. Não importa se Wagner seja estrangeiro, ou, como apontam alguns, não tenha espanhol perfeito. Ele tem o entendimento de um personagem, o que é muito maior.