Dois longas-metragens chegam à cidade nesta quinta-feira (26/4). Dirigido por José Walter Lima, Rogério Duarte, o tropikaolista (2016) é um documentário que celebra um dos artistas presentes no movimento Tropicalista. Por outro lado, Heloisa Passos traz, em Construindo pontes (2017), a própria relação da diretora com o pai.
Rogério Duarte, o tropikaolista, documentário dirigido por José Walter Lima, recebeu críticas positivas de nomes importantes, como o cantor Caetano Veloso e o filósofo Luiz Carlos Maciel. O filme evidencia o movimento artístico Tropicalismo, que surgiu há cinquenta anos no CD Tropicália, produzido por Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé.
Para mostrar o movimento, a ideia do diretor foi falar sobre um dos artistas atuantes, Rogério Duarte. O multifacetado atuou em vários campos, desde o design gráfico, passando pela tipografia até a poesia. Duarte foi coautor de canções e criou capas de discos famosos da época, além disso produziu os cartazes dos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e A idade da Terra (1980), ambos do diretor Glauber Rocha.
Em Construindo pontes, longa em que Heloisa Passos estreia como diretora, o tema descutido é a relação entre pai e filha, pois o pai da cineasta era engenheiro e trabalhou durante a ditadura militar principalmente erguendo pontes no país.
Neste documentário bastante político, Heloisa Passos decidiu debater sobre a polarização de opiniões. Com mentalidades antagônicas, ela - que é contra o regime militar - e o pai - que é a favor - discutem sobre a situação do governo brasileiro da época. Além disso, mostram que essas divergências entre os pontos de vista ainda podem ser percebidas hoje em dia na sociedade brasileira.