Diversão e Arte

Conheça Fartura, o festival gastronômico que chega a Brasília em junho

O evento traz chefs de todas as regiões do país em dois dias de festival

Lígia Vieira*
postado em 14/05/2018 15:10

Em Porto Alegre, uma das atrações foi o churrasco tipicamente gaúcho feito no fogo de chão pelo chef Antônio Costaguta

Porto Alegre - O festival gastronômico Fartura chega a Brasília para realização em 9 e 10 de junho. A capital federal encerra um ciclo do evento que passou pelas cinco regiões do país. Nos dois dias, o público terá acesso a pratos de chefs nacionais renomados, um espaço para aprender a cozinhar, preparação ao vivo de receitas, shows de bandas locais e comercialização de produtos vindos dos mais diversos cantos do Brasil.

O Correio foi à capital gaúcha para conhecer o evento e quem estava lá representando Brasília era o chef Thiago Paraíso, dos restaurantes Saveur e Ouriço. Essa foi a primeira vez que ele participou do Fartura. Na avaliação dele, essa foi ;uma oportunidade para conhecerem a minha cozinha". No evento, o chef preparou um bolinho de arroz de moqueca com camarão rosa e vinagrete de pimentas. Ele já está confirmado para a edição do festival que ocorrerá em Brasília.

O chef Thiago Paraíso representou o Distrito Federal no Festival Fartura Porto Alegre

Além de Paraíso, o Fartura Brasília terá a presença de Idalina Vieira, a chef que faz a moqueca mais famosa do Espírito Santo, no restaurante Gaeta, localizado em Meaípe a cerca de 60 km de Vitória, e Ivan Prado, chef cearense que estuda ingredientes típicos da região.

Mais que um festival

O festival gastronômico é apenas uma parte do que a equipe planeja durante o ano. A curadora gastronômica do Fartura Luiza Fecarotta enxerga o evento como "uma celebração à mesa". Eles viajam pelo país em busca de novos sabores e para encontrar ;histórias fantásticas de produtores anônimos;.

Todas as expedições resultam no festival, em livros e na plataforma on-line, onde é possível ver receitas, dicas e histórias. "É uma forma de registrar e compartilhar o conhecimento", explica Fecarotta.

Dentre as histórias contadas em Porto Alegre, estava a de Timóteo Domingo. De Canindé do São Francisco, no interior de Sergipe, ele estuda a importância do cacto, um elemento típico da Caatinga, que pode ser usado como ingrediente em pratos diversos. Ele participou de várias edições do Fartura e percebe que, diferentemente do início, já há uma aceitação do ingrediente: "Quando comecei no festival, as pessoas se espantavam ao ver o cacto".

Timóteo Domingo estuda como o cacto pode ser utilizado na culinária

O porto-alegrense Carlos Kristensen já rodou o Brasil e também esteve presente em muitas edições. Na visão do chef, o Fartura "é um evento muito democrático". "Você olha no olho do público e pode conversar. Além de ser um momento enriquecedor, você acaba conhecendo a cultura local, confraterniza com outros chefs. É sempre uma fartura de pessoas, de produtos, de conhecimento", conta.

Paulo Machado, chef mato-grossense, diz se sentir honrado de ter participado do evento. Ele analisa que a culinária do estado é pouco conhecida e explica: "A singularidade da nossa comida se dá porque o estado foi formado por vários povos e recebemos influência de todos eles. Tem comida japonesa, árabe e dos próprios brasileiros de outras regiões do país". Ao final do Fartura, em Porto Alegre, Machado estava feliz, pois o arroz carreteiro de sua autoria foi bem aceito pelos visitantes que comeram os 15 kg preparados no evento.

O chef Paulo Machado ensinou o público a preparar o arroz carreteiro

*A repórter viajou a convite do Festival Fartura

*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel

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