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Guinada pop: Di Ferreiro tem músicas prontas com IZA, Emicida e Tropkillaz

Ex-vocalista da banda NX Zero divulga o novo single 'Sentença' e adianta novidades do novo álbum

Emannuel Bento - Diario de Pernambuco
postado em 21/05/2018 12:43

Cantor visitou o Recife para divulgar novo single

Vestuário preto, franjas, piercings e munhequeiras eram alguns dos elementos do estilo de uma geração de jovens influenciada pelos meios de comunicação de massa nos anos 2000. Incompreendidos e sentimentais, os emos protagonizaram um dos últimos fenômenos identitários proporcionados pela música antes da era digital. No Brasil, um dos principais rostos da movimento foi Di Ferrero, vocalista da banda NX Zero. Uma década após o auge do movimento, o cantor de 32 anos chega em carreira solo se reinventando, apostando em novos estilos musicais e inúmeras colaborações. Em março, lançou o single Sentença, produzido ao lado de Gee Rocha (antigo guitarrista do NX) e Gabriel Dassiti.

O lançamento é marcado por um estilo pop contemporâneo, explorando elementos da música soul com instrumentais sintetizados. No refrão, o timbre de Ferrero remete ao falsete consagrado por Michael Jackson e reproduzido por cantores como The Weeknd, Justin Timberlake e Bruno Mars. Diante disso, é possível afirmar que ele esteja emergindo como um novo representante masculino da música pop nacional - uma categoria ainda em certa defasagem no país. A canção ganhou um clipe dirigido por Fred Ouro Preto e com a participação da atriz Pathy de Jesus. Na última semana, o paulista veio ao Recife para divulgar o novo trabalho. Em entrevista ao Viver, falou sobre o novo single, parcerias, planos para a carreira, além de relembrar o sucesso do NX Zero no auge do movimento emo.

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ENTREVISTA / Di Ferreiro, cantor

Como você define Sentença?

Ela é o resultado de muita experimentações que estou fazendo. Exploramos muita coisa do soul com algumas batidas sintetizadas, mas sem deixar a guitarra orgânica de lado. Fiz uma sonoridade bem pop, com influência dos anos 1970, só que mais moderno. Me inspirei em artistas que acho legal, tipo o Daft Punk, o Charlie Puth e o The Weenkd.

Já existe um álbum?

Sim, mas acho que vou lançar ele em partes, porque estou fazendo muitas músicas. Compus com pessoal d;Os Catiorros (conhecidos por fazerem músicas para Pabllo Vittar), também com a galera que faz música para o Projota e Anitta. Já tenho colaborações com Tropkillaz, Emicida, Mamundhi, Rael e IZA. Tenho vários estilos dentro do meu disco.

O disco vai seguir esse caminho mais pop?

Se Sentença der certo, serve como um termômetro para eu saber qual caminho devo seguir, mas tem muita referência dessa linha pop sim no meu disco. Eu gosto disso, o som grave batendo e explorar as melodias. Porém, uma coisa que estou prezando é não perder a minha essência em nenhum momento. Tem muito do NX em Sentença, já que fiz com o Gee.

Como os fãs estão reagindo a essa nova fase?

É pouco tempo, mas muita coisa está acontecendo. Eu não estou criando expectativa sobre números, mas a música está crescendo muito. Eu estou muito feliz, a repercussão está sendo positiva para todo mundo. Quem era fã do NX está vendo que isso tudo foi saudável para a banda e quem conheceu o NX mas não acompanhava mais, está ouvindo a música. Uma galera diferente, até.

Concorda que o NX Zero, em algum momento, também foi pop?

Uma hora éramos emo, depois fomos rock e também pop. Lembro que fomos no Domingão do Faustão e o Fausto nos anunciou como "a maior banda pop do país". Depois fomos em uma rádio de rock e éramos rock. Eu acredito que, na verdade, tivemos muito de todos esses universos. Isso foi incrível.

Olhando para trás hoje, como foi ser um "frontman" do movimento emo no Brasil?

Na época, eu não queria ter rótulos. Nós nunca levantamos nenhuma bandeira. Mas analisando hoje, foi uma coisa incrível. Era como uma organização no subterrâneo do país e do mundo. Também foi um movimento bastante julgado pela mídia. Era como se os mais velhos não pudessem entender a galera jovem (risos). Mas hoje todo mundo admite que foi um fenômeno. Eu acho irado ter vivido isso, como uma fase mesmo. Vários artistas que eu amo passaram por diversas fases diferentes: David Bowie, Madonna, Red Hot Chilli Peppers. Todos que eu admiro conseguiram se reinventar e passar por vários momentos.

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