Diversão e Arte

Roseanne Barr perde programa de TV após tuíte racista

O presidente da emissora ABC, Channing Dungey, qualificou de "abominável, repugnante e inconsistente com nossos valores" o comentário de Barr

Agência France-Presse
postado em 29/05/2018 21:35
O presidente da emissora ABC, Channing Dungey, qualificou de
Depois que Roseanne Barr disse que uma ex-conselheira de Barack Obama vinha do "planeta dos macacos", sua bem-sucedida série foi cancelada nesta terça-feira (29/5), em meio a uma avalanche de críticas por seu comentário racista.

O presidente da emissora ABC, Channing Dungey, qualificou de "abominável, repugnante e inconsistente com nossos valores" o comentário de Barr sobre Valerie Jarrett e anunciou: "Decidimos cancelar seu programa".

Mais cedo, Barr, simpatizante do presidente republicano Donald Trump, se desculpou pelo que considerou uma "piada ruim".

Havia escrito no Twitter: "A irmandade muçulmana e o planeta dos macacos tiveram um bebê = vj", as iniciais da líder civil. Logo o apagou.

"Me desculpo com Valerie Jarret e com todos os americanos. Sinto muito ter feito essa piada sobre a sua visão política e sua aparência. Deveria ser mais consciente. Me desculpem, minha piada foi de mau gosto. Ofereço minhas desculpas. Agora deixo o Twitter".

Mas isso não foi suficiente para a ABC. A comédia agora cancelada voltou este ano à televisão, 21 anos depois de sair do ar, com grandes índices de audiência.

A agência de talentos ICM rompeu sua relação com Barr após "esse perturbador tuíte, vergonhoso e inaceitável".

Jarrett, que foi conselheira superior de Obama, posto hoje ocupado por Jared Kushner, disse ao canal MSNBC que espera que a situação sirva como um "momento de aprendizagem". "Estou bem, mas me preocupo com as pessoas que não têm um círculo de amigos e seguidores que saiam em sua defesa".

"Somente uma coisa podia ser feita aqui e era fazer o certo", tuitou Bob Iger, presidente da Disney, proprietária da ABC, que reproduziu o comunicado de Dungey.

Vencedora de um Emmy e um Globo de Ouro por sua série, da qual foi produtora executiva, Barr começou fazendo "standu-up comedy" antes de saltar ao estrelado com este programa, que era uma rara representação da vida da classe operária na televisão americana que sempre foi amplamente ignorada por Hollywood.

Após seu sucesso entre 1988 e 1997, Barr, uma simpatizante de Trump, foi elogiada pelo presidente por conta do sucesso do relançamento.

A irmã de Roseanne na série, Jackie (Laurie Metcalfla), votou em Hillary Clinton, criando um forte conflito entre as duas.

"Sempre tentei que fosse um reflexo fiel da sociedade na qual vivemos", disse Barr sobre o programa em um encontro com jornalistas em janeiro. "Sinto que metade das pessoas votou em Trump e outra metade não, pelo qual é realista".

Os primeiros dois episódios, transmitidos em março, foram vistos em média por 18 milhões de pessoas, tornando-a a comédia com mais telespectadores em três anos, segundo relatos da imprensa.

A comediante Wanda Sykes, que era produtora-consultora da série e é negra, renunciou ao programa antes que fosse cancelado, enquanto o Conselho das Relações Islâmico-Americanas considerou a decisão da ABC como uma "mensagem de que a promoção do ódio e do fanatismo não será aceita pela indústria do entretenimento".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação