Diversão e Arte

Conheça músicos consagrados que escolheram morar em Brasília

Opção de nomes como a cantora Simone Guimarães ajuda a fortalecer a vocação musical da cidade

Irlam Rocha Lima
postado em 01/07/2018 07:00
Simone Guimarães gosta do ar do Cerrado
Brasília, desde a década de 1970, é conhecida por exportar talentos musicais, que têm brilhado no país e no exterior. Num processo inverso, a cidade vem recebendo, nos últimos anos, artistas com carreiras já sedimentadas que, por razões diversas, decidiram fincar raízes aqui e dar sequência ao trabalho iniciado em outras regiões.

O Correio foi ao encontro de instrumentistas, cantores e compositores, de diferentes origens, hoje totalmente integrados ao ambiente do Planalto Central. Três deles nasceram no Rio de Janeiro, enquanto outros vieram de São Paulo, Ceará e Bahia. Eles não escondem a satisfação por ter mudado de ares.

Veja quem são os cantores que adotaram Brasília


Simone Guimarães
A cantora e compositora nascida em Santa Rosa de Viterbo, no interior de São Paulo, abraçou a carreira musical após cursar a Escola Livre que Milton Nascimento, sua principal referência e amigo, mantinha em Belo Horizonte. Ao deixar a capital mineira foi para o Rio de Janeiro, onde morou por 16 anos. Ali desenvolveu produtiva carreira, tendo lançado oito discos. Depois de uma estada de dois anos em Fortaleza, veio para Brasília, onde está radicada desde 2010. ;Inicialmente, vinha aqui fazer shows e lançar meus trabalhos. Aí decidi me instalar na capital, onde fiz amigos continuei compondo, me apresentando em vários locais, participando da cena musical e usufruindo dos ares do Cerrado;, destaca. ;Vivo uma das melhores fases da minha vida. Só saio de Brasília para cumprir compromissos profissionais em outras cidades;, acrescenta.


Serginho Meriti
Carioca de Madureira e criado em São João de Meriti, Sérgio Roberto Serafim é um compositor de samba prolífico. Autor de mais de mil músicas, 700 das quais gravadas, que têm como intérpretes expoentes da MPB da importância de Elza Soares, Beth Carvalho, Alcione, Maria Rita, Roberto Ribeiro, Bezerra da Silva, Almir Guineto e Fundo de Quintal. Mas foi Zeca Pagodinho quem gravou os dois maiores sucessos: Quando em cantar (Iaíá) e Deixa a vida me levar, que se transformou no tema da Seleção Brasileira na conquista do penta-campeonato no Japão. Em 2016, Serginho mudou-se para a capital. ;Morando aqui há apenas dois anos, me sinto acolhido pelos brasilienses, em especial gente do samba e do choro, como Valerinho, Richelme e o pessoal do 7 na Roda. Até compus um samba para a capital, intitulada Brasília é um outro barato;, afirma.

Manassés de Souza
Com mais de 40 anos de carreira, o multi-instrumentista cearense Manassés de Sousa é um dos músicos mais requisitados por astros da MPB. Ele já acompanhou, entre outros, Chico Buarque, Zé Ramalho, Belchior, Ednardo. Mas é Fagner que conta com o talento do músico há mais tempo. Com 13 discos lançado e trilhas para cinema e balé, está radicado em Brasília desde 2010. ;Eu me sinto totalmente integrado à capital, onde gravei e lancei o CD Mana Mano, no qual inclui a música Terceira ponte. Tenho feito shows no Clube do Choro, Feitiço Mineiro, estou matriculado na Escola de Música, e reforcei a amizade com os talentosos músicos brasilienses aos quais já conhecia;, ressalta.

Waltinho Cruz
Desde o surgimento, há 40 anos, que o Chiclete com Banana conta com o talento e a competência do percussionista Waltinho Cruz. Com a banda, gravou 30 discos e dois DVDs e fez incontáveis shows e turnês pelo exterior. Soteropolitano do Pelourinho, desenvolveu o projeto Levada do Pelô, que revelou vários instrumentistas e com o qual lançou um CD lançado em Londres, há nove anos. Há três anos, casado com a brasiliense Shirley Machado, veio morar na cidade. ;Estou totalmente adaptado a Brasília. Tenho me aproximado dos músicos locais e onde criei o grupo Guaraná com Açaí;, conta. ;Em nova fase do Chiclete, tendo o Khill (ex-Patchanca) como vocalista, nossa agenda de shows aumentou bastante e tenho estado em frequente ponte-aérea. No segundo semestre, vamos fazer um show em Brasília para apresentar com a nova formação;, complementa.

Sílvio Carvalho
O Sururu na Roda, grupo de samba que tem Silvio Carvalho como um dos fundadores, participou ativamente do processo de revitalização do bairro boêmio da Lapa, ao lado da cantora Teresa Cristina e do grupo Casuarina, entre outros artistas cariocas. Com o conjunto, o percussionista e vocalista lançou cinco CDs e dois DVDs, fez turnês pelos Estados Unidos, Japão e China. No início de 2016, Sílvio, casado com a servidora pública Alice Arraes, mudou-se para a capital. ;Moramos no Park Way e passamos a usufruir de uma qualidade de vida que estávamos perdendo no Rio. Quando o Sururu tem algum compromisso, vou ao encontro dos meus companheiros de grupo;, explica. ;Aqui busquei me integrar ao movimento musical brasiliense, inclusive promovendo uma roda de samba no Círculo Operário, no Cruzeiro, que teve a participação especial de Moacyr Luz. Quero voltar a fazer outras;, adianta.

Di Steffano
Em Natal, onde nasceu, o baterista e percussionista Di Steffano deu início à careira musical e se aproximou das cantoras Roberta Sá e Marina Elali, também potiguares; e acompanhava músicos consagrados que se apresentavam naquela capital. Quando se transferiu para o Rio de Janeiro, em 2004, passou a trabalhar com Arthur Maia, Carlos Malta, Ricardo Silveira, Zé Ramalho, Zé Renato e o Boca Livre. ;Vinha muito a Brasília para participar de projetos do Clube do Choro com outros músicos e gostei do ambiente musical da cidade. Aí resolvi mudar para cá, onde lancei os discos Outros mares e Recomeço;, diz. ;Antônio Carlos Bigonha, Leronel Laterza, Toninho Maia, Paula Nunes e Carlinhos Veiga são artistas brasilienses com quem tenho trabalhado;, destaca.


Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação