Diversão e Arte

CultDance 2018 fica na capital até sexta e mobiliza mais de 200 bailarinos

Desde o início do evento, na última sexta, sete artistas passeiam pela cidade para produzir uma videodança que será exibida no sábado, durante o encerramento

Nahima Maciel
postado em 11/07/2018 07:30
Desde o início do evento, na última sexta, sete artistas passeiam pela cidade para produzir uma videodança que será exibida no sábado, durante o encerramento

Dividida em três segmentos que incluem mostra, residência e oficinas e distribuída por quatro cidades do Distrito Federal, a CultDance 2018 mobiliza mais de 200 bailarinos em uma programação que tem como objetivo jogar holofotes sobre a produção independente da cidade e de fora.

Desde o início do evento, na última sexta, sete artistas passeiam pela cidade para produzir uma videodança que será exibida no sábado, durante o encerramento. As mostras Solos na sala, Duos na sala e Dança pra tela ocupam as salas do Centro de Dança sempre às 20h e em centros culturais da Candangolândia, Guará, Samambaia e Ceilândia, que também recebem programação. Amanhã, uma palestra da argentina Paula Zaccaria apresenta o conceito de Partituras de afinação, um método criado pela coreógrafa para desenvolver o aprendizado da dança concomitante ao do olhar.

Amanhã, haverá apresentações das videodanças Red Dirt Dreaming, de Marta Renzi, de São Paulo, e 2 movimentos, de Michel Schettert, do Rio de Janeiro. Na programação do Solos na sala, o público poderá conferir o espetáculo Cinzas ao solo. Criado e dançado por Alexandre Américo, do Rio Grande do Norte, o espetáculo é fruto de pesquisa de mestrado e passeia por metáforas que envolvem um homem e a busca de sua ancestralidade.

No sábado, durante o encerramento, dançarinos e coreógrafos participam de uma mesa de debates para falar sobre os rumos da dança no Brasil. ;A gente está precisando discutir isso porque, cada vez mais, as pessoas vão para o virtual. Até quando vamos conseguir fazer esse tipo de arte que é efêmera? Como essas artes efêmeras vão se sustentar?;, reflete Cleane Calazans, coordenadora do CultDance 2018. O debate será tocado por Juana Miranda, pesquisadora e dançarina, Ivana Motta, especialista em gestão pública, além de representantes da Secretaria de Cultura e da plataforma Território criativo.

Criado em 2005, o CultDance foi idealizado pela coreógrafa Laura Virgínia, que sentia necessidade de abrir espaço para artistas experimentais atuantes na cidade. Cleane Calazans participou da mostra desde o início e acabou por assumir a coordenação do evento. No início, a mostra era realizada de forma independente, sem financiamento. Agora, com verbas do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), as atividades puderam ser ampliadas.

;O mais precioso foi a descentralização, tirar do Plano Piloto;, explica Cleane, que abriu uma convocatória e recebeu 155 inscrições para participar da mostra e apresentar trabalhos e outras 60 para as oficinas. ;A ideia é abrir um espaço para mostrar os trabalhos independentes dos intérpretes criadores que fazem um trabalho mais autoral, porque a maioria dos festivais se concentram mais em companhias e grupos;, diz.

Com uma programação que ocupa vários espaços, inclusive os públicos e a céu aberto, Cleane espera mobilizar a cidade em torno da dança. ;Nos apresentamos em espaços alternativos como casas, ruas, praças. A intenção é de que a cidade dance a cidade;, avisa.


Mostra CultDance 2018
Até sábado, 13 de julho, às 20h, no Centro de Dança de Brasília (SAN Quadra 1, Via N2 ; Brasília-DF). Entrada gratuita


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