Diversão e Arte

Feirinha do Quadrado ocorrerá no sábado no Museu Vivo da Memória Candanga

Debates, palestras, oficinas, música e empreendedorismo fazem parte da programação da feira

Ronayre Nunes
postado em 13/07/2018 10:07
O Museu Vivo da Memória Candanga é o endereço do evento

Neste sábado (14/7), a partir das 12h, ocorrerá no Museu Vivo da Memória Candanga a segunda edição do Feirinha do Quadrado. O evento pretende por meio de palestras, oficinas, debate sobre empreendedorismo e atrações musicais discutir o espaço público da capital federal. A feira tem entrada franca.

[SAIBAMAIS]Entre as atrações, estão mais de 40 expositores, além do som da banda Gipsy Jazz Club e do DJ Monde do grupo Ventoinha de Canudo. Na gastronomia, a feira terá opções veganas, sanduíches, sobremesas e receitas juninas. Nas oficinas, ensinamentos de gravura, papel reciclado, flipbook e horta. Na mesa quadrada do evento terá papo sobre cultura, agenda positiva de ocupação e publicadoras de diferenças.

Projeto

O evento marca um importante passo para o projeto Quadrado Brasília, pensado por Carolina Nogueira e Daniella Cronemberger e tem uma história de movimentos focados em pensar o espaço da cidade de uma maneira mais natural e completo. ;Criamos o site em 2012 e a nossa proposta era falar um pouco da produção da cidade e fazer uma reflexão sobre a ocupação. Brasília é um lugar muito peculiar, porque tem muito espaço para se ocupar e o site tinha essa pegada, dessa necessidade de conscientização do uso do espaço público, era uma bandeira nossa;, lembra Carolina.

Do meio virtual para uma ocupação de fato, vários passos foram dados, e de acordo com a organizadora, o evento deste sábado é um reflexo de uma política de incentivo público do uso da cidade. ;Com o passar do passar criou-se uma comunidade em torno do site e veio o desejo de tentar fazer encontros. A gente fez a feirinha há dois anos, de forma improvisada, mas dessa vez a gente quer fazer uma coisa mais organizada. A gente participou de um edital para conseguir a grana e escolhemos o memorial porque é um patrimônio da cidade e tem gente que nem conhece muito. Quando eu voltei para Brasília, tomei a consciência da importância disso. As pessoas passavam a tarde em shopping, tinha pouco opções organizadas, e então a gente tentava colocar isso em xeque;, comenta.
Carolina Nogueira e Daniella Cronemberger, as idealizadoras do projeto

Evento

Carolina ainda explica que o objetivo do evento é claro: uma tarde para celebrar os espaços de Brasília. ;A feirinha representa um resumo de tudo que a gente sonhou para Brasília, valorizar a nossa cultura, nossos artistas, enfim, nossa cidade. O primeiro que a gente fez deu muita gente, cerca de 4 mil pessoas;, lembra.

Uma outra importante proposta do Feirinha do Quadrado é debater o que é ocupação de fato, pelo menos é o que defende Carolina: ;A gente chegou a conclusão que esses eventos não mudam a cidade de fato, as pessoas ocupam um lugar em um momento e pronto. Eu fui atrás de ocupações mais perenes, em que a ocupação tira sustento, como o Mercado Sul, que é uma ocupação de fato, em que as pessoas estão ali real. Temos também o pessoal do Setor Comercial Sul, que tenta pensar essa ocupação de fato. É esse tipo de ideia que a gente esta levando para o debate, e que reflete uma ocupação mais profunda;, analisa.
E enquanto alguns insistiriam em colocar a culpa do problema de ocupação de espaços públicos na mãos do governo, Carolina sugere um caminho de mais responsabilidade individual. ;Eu acho que a gente tem mania aqui no Brasil de falar sempre que governo poderia fazer mais, sempre jogar a culpa para eles, como se tudo só dependesse deles, mas nem sempre é assim. A gente percebe que existe esse esforço (por parte do governo). Acho inclusive que talvez a iniciativa privada talvez pudesse ajudar mais. E o importante é que atualmente existe mais uma força das próprias comunidades se ajudarem, existe essa consciência de uma responsabilidade em conjunto;, completa.

Serviço

Feirinha do quadrado

Museu Vivo da Memória Candanga (st JK, lt D, Núcleo Bandeirante, às margens da EPIA; 3301-3590). Sábado (14/7), a partir das 12h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

*Estagiário sob supervisão de Adriana Izel

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