Robson G. Rodrigues*
postado em 18/07/2018 07:30
Até 28 de julho, São Jorge é anfitriã de cerca de 30 mil visitantes interessados em desfrutar da intensidade da cultura brasileira, além de apreciar a beleza local. Nesta quinta-feira, tem início a segunda etapa do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, evento em que emerge a cultura ancestral, inundada e esquecida com o passar dos anos. A 18; edição do Encontro ocorre no vilarejo de São Jorge desde a última sexta, quando a primeira etapa, dedicada aos povos indígenas, teve início.
Desta vez, entram em foco as comunidades tradicionais, remanescentes quilombolas e artistas da cultura popular. O espaço da Aldeia recebe representantes do Sítio Histórico Kalunga (distante 27 km de Cavalcante) do Terno de Moçambique do Capitão Júlio Antônio (MG), e da Sussa de Natividade (GO). O Sítio Histórico Kalunga será homenageado com a inauguração da Casa Kalunga.
Ainda no dia de abertura, Mateus Aleluia apresenta pocket show ao pôr do sol em que se liga à cultura afro-brasileira. Na sequência, a programação inclui procissão com candeias, levantamento de mastro do Divino Espírito Santo e a apresentação de dança sussa. Encontro reunirá o Congo de Niquelândia (GO), a Caçada da Rainha de Colinas do Sul (GO), a Catira e Folia de São João D;Aliança (GO) e o Tambores do Tocantins (TO), que apresentam suas culturas por meio de cortejos e procissões.
Na agenda de shows são aguardadas apresentações de músicos com destaque. Se apresentam nos próximos dias Luedji Luna, Aíla, Alessandra Leão, Lívia Matos, Sinhá Rosa, além de outros artistas.
Até o fim do evento está aberta uma Feira de Experiências Sustentáveis do Cerrado, em que será possível o intercâmbio de experiências e de conhecimentos. Estarão instalados 18 estandes com produtos artesanais típicos do cerrado brasileiro. A Feira será realizada na Praça do Encontro, em frente à Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge.
Basso, presidente da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, diz o que o evento ocorre desta vez sem patrocínio e tece críticas ao Ministério da Cultura e ao Governo Federal pela decisão. Segundo ele, o evento é um encontro com o Brasil profundo. ;É fundamento podermos nos encontrar com nossas raízes, principalmente os povos indígenas, que hoje sofrem graves ameaças. Os territórios do povo original estão ameaçados. Comunidades tradicionais, também. Graças ao agronegócio e à industrialização sofrem revés em suas culturas. Que possamos reconhecer essa diversidade;, alerta.
* Estagiário sob supervisão Severino Francisco