Diversão e Arte

Iphan lança livro com inventário da obra de Athos Bulcão

'Qualquer pessoa que pegar esse documento vai entender quem era o Athos Bulcão, o significado e a relevância dessa obra', afirma Carlos Madson Reis, superintendente do Iphan-DF

Nahima Maciel
postado em 01/08/2018 07:30
O artista em frente à Igrejinha, uma de suas obras mais emblemáticas em Brasília

Na esteira de comemorações do centenário de Athos Bulcão, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lança um livro com inventário da obra do artista. O material é uma segunda edição de um trabalho feito pela superintendência do Iphan entre 2008 e 2009 e traz dados atualizados da obra realizada por Athos em parceria com arquitetos. Segundo Carlos Madson Reis, superintendente do Iphan-DF, o inventário é o mesmo, mas com algumas atualizações. ;Revisamos o projeto gráfico, o texto, que tinha algumas inconsistências, erros de digitação, corrigimos tudo;, avisa Madson. ;O formato é maior, mais adequado à obra do Athos, que normalmente é em área pública, e as fotografias são maiores.;

Na primeira edição da publicação, o Iphan documentou 261 peças e dividiu as seções do livro de acordo com o tipo de prédio que as obras integravam. A nova publicação tem 200 páginas e vem com uma organização cronológica, em vez da repartição por uso institucional feita no inventário anterior. Segundo o superintendente, é uma maneira de deixar o material mais didático e acessível aos pesquisadores. ;Fica mais fácil identificar a produção;, garante. ;Mas o inventário é o mesmo, não fizemos nenhum novo.; Entre as atualizações está a supressão de algumas obras, especialmente painéis, que deixaram de existir depois que os prédios nos quais se localizavam foram destruídos. Um dos casos é o painel que, antigamente, ocupava parede da sede do Clube do Congresso, edifício demolido em 2009.

A fachada do Teatro Nacional é um exemplo de obra de Athos Bulcão que também é tombada e está no inventário do Iphan

No livro, o leitor é informado de como essas obras
deixaram de existir. ;Em compensação, acrescentamos painéis que foram feitos depois que o inventário tinha sido concluído, como a fachada da sede da Oswaldo Cruz. São algumas novidades e tivemos o cuidado de checar todas as informações;, diz Madson. Segundo ele, inventários como o da obra de Athos ajudam a preservar o patrimônio e auxiliam na fiscalização.

O superintendente lembra que muitas obras de Athos Bulcão são tombadas porque se encontram em construções protegidas pelo Iphan. ;Elas fazem parte do que se chama obras integradas ao movimento tombado. Por exemplo: os painéis do Teatro Nacional são considerados obras integradas porque fazem parte da arquitetura do bem;, explica. ;Qualquer pessoa que pegar esse documento vai entender quem era o Athos Bulcão, o significado e a relevância dessa obra.;

Segundo Madson, o inventário de bens culturais é uma atividade corriqueira do Iphan. ;Temos inventário de vários imóveis, da Catedral, do Catetinho, do Museu Vivo da Memória Candanga, feito no ano passado;, avisa. ;E temos acompanhamento periódico e fiscalização para saber como estão as obras tombadas. O inventário é a síntese dessa obra, tem o histórico, se procura averiguar toda a concepção do bem, o que ele tem de importante, os valores históricos, é um trabalho exaustivo, não é um estudo qualquer, temos uma metodologia. É um trabalho de fôlego, consistente.;


; Qualquer pessoa que pegar esse documento vai entender quem era o Athos Bulcão, o significado e a relevância dessa obra;

Carlos Madson Reis,
superintendente do Iphan-DF

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