Irlam Rocha Lima
postado em 08/09/2018 07:33
Em 2016, ao escolher o legado de Luiz Eça como tema para dissertação do seu trabalho final de mestrado no Departamento de Música da Universidade Brasília, Diogo Monzo nem desconfiava do passo que viria a dar em sua carreira. Ele não era nenhum iniciante, uma vez que já havia se apresentado nos Estados Unidos e na Europa e lançado três discos.
Na realização do trabalho de mestrado, ele viria a contar com a colaboração de Fernanda Quinderé, viúva do lendário pianista carioca, um dos precursores da Bossa Nova, a quem recorreu em busca de material de pesquisa. Ela, então, lhe presenteou com o livro de memórias Bodas de solidão ; Um olhar azul sobre Luiz Eça, se dispôs a assessorá-lo e tornaram-se amigos.
Impressionada com o talento de Monzo, Fernanda fez a ponte com Kati de Almeida Braga, diretora-presidente da Biscoito Fino, gravadora pela qual o pianista viria a lançar o quarto CD. Além disso, sugeriu a ele gravar composições de mestres da música popular brasileira. A sugestão foi aceita de imediato.
;Na verdade foi algo que veio ao encontro do projeto que vinha acalentando desde que, há dois anos, lancei o CD Meu samba parece com quê?. Na incursão que fiz por diversos países, a música brasileira sempre se fez presente em meu repertório, mesmo quando toquei com grandes nomes do jazz, como Rufus Reid, Tommy Campbell, Philip Harper, Bob Sanabria e Randy Brecker, no Tribeca Performing Arts Center, em Nova York;, conta Monzo.
Fernanda o ajudou também na definição do que gravar no Diogo Monzo Filho do Brasil ; nome do álbum. A escolha recaiu sobre clássicos como Com que roupa (Noel Rosa), Luar do sertão (Catulo da Paixão Cearense), A saudade mata a gente (Antônio de Almeida e João de Barro), Um a zero (Pixinguinha e Benedito Lacerda), Choro bandido (Edu Lobo e Chico Buarque) e Minha (Francis Hime). ;No disco incluí também dois temas de minha autoria, o samba-jaz Segredos e a balada Song for Fran;, diz.
Para o pianista, que vive na ponte-aérea Rio-Brasília ; a família dele mora na capital ; a gravação do Diogo Monzo Filho do Brasil lhe trouxe muita satisfação. ;Poder desenvolver um projeto com o qual vinha sonhando há alguns anos e ter o suporte da Biscoito Fino para realizá-lo era algo inimaginável. Nesse processo todo, a Fernanda Quinderé teve importante participação;, afirma, em tom de agradecimento.
O CD, já lançado no Rio de Janeiro e São Paulo, agora pode ser apreciado, ao vivo, em Brasília. ;Já toquei no Espaço Cultural do Choro, inclusive acompanhando Leny Andrade, e, para mim, é um prazer imenso retornar àquele palco;, comemora Monzo. O pianista vai ser acompanhado por Di Stefano (bateria) e Bruno Rejan (contrabaixo acústico), com quem gravou o disco; e tem como convidados o violonista Júnior Camargo e a cantora Vanessa Pinheiro.
Diogo Monzo
Show de lançamento do CD Diogo Monzo Filho do Brasil. Neste sábado (8/9), às 21h,
no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 30 e
R$ 15 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.