Diversão e Arte

Morre, aos 49 anos, o funkeiro Mr. Catra, vítima de um câncer no estômago

Catra deixa 32 filhos e três mulheres, com quem mantinha um relacionamento poliamoroso

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 09/09/2018 17:44
Catra
Morreu, na tarde deste domingo (9/9), o funkeiro Mr. Catra, aos 49 anos. Wagner Domingues Costa, nome de batismo do artista, estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo, tratando de um câncer gástrico. Às 15h20 partiu. Catra deixa quatro netos, 32 filhos e três mulheres, com quem mantinha um relacionamento poliamoroso.
O funkeiro chegou a perder 35kg e chocou os fãs ao publicar uma foto nas redes sociais dias atrás. Em nota, a assessoria de comunicação do cantor confirmou a morte do artista.

"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do amigo e cliente Wagner Domingues Costa, o Mr. Catra, que nos deixou na tarde deste domingo, em decorrência de um câncer gástrico. O cantor e compositor estava internado no hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e já vinha lutando contra a doença. A informação foi dada a família pelo cirurgião oncológico, Dr. Ricardo Motta, por volta das 15h20 da tarde. Catra deixou três esposas e 32 filhos. Neste momento de sofrimento, agradecemos o carinho, cuidado e compreensão dos amigos da imprensa, e pedimos, gentilmente, para que respeitem o momento de tristeza da família", diz o comunicado.
Dono de um timbre extremamente grave, Catra é responsável pela criação de diversos hits que embalaram toda uma geração. Foi ao lado dele que Valesca Popuzuda, por exemplo, foi intérprete de Mama, uma das canções mais despudoradas do funkeiro (se é que é possível rankear as obras dele por essa característica).
Mas o desbocado Catra era extremamente família. Amava os filhos, 32 no total, e fazia piada com isso. Se dizia desprovido de preconceitos. Transitava em todos os bairros cariocas da mesma forma. Desde o metro quadrado mais caro do Brasil, o Leblon, ao morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte carioca, onde foi criado. "Deixa os gay ser gay, deixa os gordo comer, deixa as mina dar, deixa eu fazer meus filhos, DEIXA AS PESSOAS" [sic], disse o músico, que em diversas entrevistas pregava a tolerância a todos os tipos de pessoas e modos de viver.
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Defendia o direito das mulheres de fazerem o que bem quisessem da vida. "É piranha porque beija todo mundo ou é piranha porque beija todo mundo, menos você?", escreveu em sua rede social, em 21 de agosto último.
Catra foi mais que um MC. Formado em direito pela universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, ele se dizia poliglota. Afirmava ser capaz de se comunicar em inglês, hebraico, alemão, grego e francês. Foi adotado e criado por um magnata do Rio, que lhe deu uma criação digna de qualquer jovem da classe média alta. Estudou em ótimos colégios, frequentou ambientes de luxo. Mas nem por isso abandonou a o jeito Catra de ser.
Família do Catra Ele era louco pelas esposas. É... no plural. Morreu deixando três viúvas. Cansou de dar entrevistas sobre seu jeito de viver, respondendo sempre com bom humor quando o questionavam como funcionava a logística do relacionamento.
Tinha 32 filhos legítimos. Era "zoado", mas sempre entrava na piada e tirava sarro da situação. Em uma publicação feita em sua conta no Twitter, um post fixado desde 2015, perguntou: "Quem é meu filho curte aqui". Seguindo esta premissa, Catra morre deixando 157 mil órfãos. Essa foi a quantidade de curtida que a postagem havia recebido até a última publicação desta reportagem. Era gaiato. Tudo era motivo de piada. E todos os fãs de seu estilo musical se sentem exatamente assim neste domingo de luto: órfãos.

Comoção entre os famosos


A morte de uma das principais referências do funk abalou artistas e celebridades de todo o país, que utilizaram a internet para prestar as últimas homenagens. Wagner Domingues Costa foi carinhosamente intitulado de ;pai; na maioria dos post, tanto por ter apadrinhado vários dos artistas do ramo, quanto por ser conhecido pelo apelido. Tanto é que uma das músicas mais conhecidas dele é entitulada Uh papai chegou.

Valesca Popozuda foi uma das funkeiras que realizou diversas parcerias com Catra. "Poucos sabiam da importância que você tem em minha vida, mas você sempre cuidou de mim como filha [...] Descansa em paz negão, vai brilhar lá de cima", homenageou.
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Quem também considerava Catra um mentor é o cantor Nego do Borel. "Esse cara foi um dos meus professores no mundo do funk, me ensinou muitas coisas boas, lembro até hoje ele me dando conselhos e conselhos, vai deixar muitas saudades, mito do funk".
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Mc Gui também foi um dos artistas que entrou no mundo da música ao lado do funkeiro. "Hoje nosso paizão partiu para os braços do nosso senhor Jesus... Eu tenho muito a agradecer da grande oportunidade de ter começado minha carreira ao lado desse grande cara".
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Artistas e celebridades também usaram as redes sociais para prestar solidariedade à família e se despedir de Catra.

Veja outras homenagens à partida do funkeiro, pai de toda uma geração:

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