Tarcila Rezende - Especial para o Correio
postado em 15/09/2018 07:05
Há 23 edições a Mostra Brasília marca presença no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Dos 98 inscritos ; 92 produções foram hologadas ;, a curadoria selecionou 21 obras para concorrer ao 23; Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Foram escolhidos três longas-metragens entre os 11 participantes: as ficções Marés, de João Paulo Procópio, e New life S/A, de André Carvalheira; e o documentário O outro lado da memória, de André Luiz Oliveira. Os longas e 18 curtas-metragens concorrem a R$ 240 mil em prêmios.
Com cenas de ficção, o documentário O outro lado da memória aborda a tentativa de realização do filme Viva o povo brasileiro, que seria a adaptação do romance homônimo do escritor João Ubaldo Ribeiro. O documentário revela a preparação de André Luiz Oliveira e de toda a equipe nas filmagens realizadas entre os anos de 1996 e 2005. Conduzido pelo próprio diretor, o documentário mergulha no passado em busca de possíveis causas do impedimento das filmagens. ;Nós trabalhamos quase 10 anos. Era um filme muito longo, com muitos personagens, e todo esse material foi guardado. Tudo isso que está no documentário é o que filme poderia ter sido;, explica o diretor.
Nesse percurso, André se viu ultrapassando seus objetivos iniciais, e acaba por aprofundar a introspecção sobre o problema de identidade e as reflexões sobre o Brasil do período colonial retratado no livro e sobre o Brasil de hoje. Ele descobre e revela no filme a relação com a própria história.
;Eu conduzo o filme como personagem muito presente, falando dessa paixão pelo livro. Recolhi depoimentos dos que fizeram parte da construção do outro filme. Mas também entrevistei pessoas que não estavam presentes nas primeiras filmagens, mas que estudam as obras do escritor (João Ubaldo Ribeiro) e sobre os temas que o livro aborda. Tudo isso foi para dar uma consistência do que se trata o Viva o povo brasileiro;, relata André Luiz.
Curtas-metragens
Neste ano, a lista de curtas-metragens é mais extensa e conta com 18 filmes. Entre os documentários estão Entre parentes, de Tiago Aragão; Noroeste, de Lucas Ferreira Gesser; Terras brasileiras, de Dulce Queiroz; e À tona, de Daniela Cronemberger. Já entre as 14 ficções escolhidas estão Presos que menstruam, de Alisson Sbrana; A praga do cinema brasileiro, de William Alves e Zefel Coff; Brasilha, de Rafael Morbeck; e Riscados pela memória, de Alex Vidigal, e entre outros.
Todos os filmes serão exibidos de 17 a 21 de setembro, no Cine Brasília, dentro da programação do 51; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A reprise dos filmes será exibida gratuitamente no auditório da Câmara Legislativa do DF, entre os dias 18 e 22 de setembro, às 10h e às 14h.