Robson G. Rodrigues*
postado em 16/09/2018 07:00
Em meio ao frisson em torcer pelos favoritos das mostras principais do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, por vezes, passam despercebidas as exibições alternativas, às quais boa parte da programação é reservada.
Enquanto as mostras competitiva e Brasília destacam as produções de maior tração do cinema nacional e brasiliense, outras exibições dão lugar a facetas distintas da cena local.
;Filmes com características específicas encontram seus pares nas mostras alternativas;, comenta o diretor artístico do evento, Eduardo Valente. Ele diz que o salto no número de produções realizadas graças à facilitação tecnológica exigiu adaptação do festival. Foram criadas mais frentes de exibição para abranger a nova demanda. ;O festival também cresceu para continuar a ser representativo do cinema brasileiro;, constata.
Pelo segundo ano consecutivo, o Festival Universitário do Cinema Brasileiro exibe o cinema feito por estudantes de todo o país. ;Não necessariamente jovens, mas são cineastas que estão dando os primeiros passos e vão representar nosso cinema no futuro;, diz Eduardo. Dos 20 selecionados, 10 curta-metragens serão exibidos hoje, das 9h às 12h.
Temas fortes
Inéditas todo ano, as mostras paralelas são criadas de acordo com a leva de filmes de edição. Se um tema se sobressai entre os inscritos, esses filmes são separados em ;linhas de força;, como chama Eduardo. Este ano, foram criadas três mostras paralelas: A arte da vida, com quatro cinebiografias de artistas brasileiros; Festival dos festivais, que recupera cinco longas previamente lançados em outros eventos do ano; Onde estamos e para onde vamos?, que trata de atualidade e sociopolítica do país. Haverá mostra paralela em todas as tardes de festival.
As sessões especiais têm duas frentes e ficam entre as atividades formativas. São destinadas para pessoas ligadas ao cinema. A Caleidoscópio pega formas inusitadas de se fazer cinema, com abordagens mais arriscadas e que fogem ao convencional. Este ano, a mostra contará com cinco filmes. Já a mostra Futuro Brasil exibe filmes em fase de produção, que não foram finalizados. É uma amostra do que tem por vir.
Já a sessão de homenagem será dedicada a Lance maior, filme de 1968 dirigido por Sylvio Back com Reginaldo Faria e Regina Duarte no elenco. Idealizador do Festival, Paulo Emílio Salles Gomes disse sobre a estreia do filme: ;A fama de clássico desse longa de Sylvio Back não é despropositada;. A exibição ocorre hoje, às 19h.
*Estagiário sob supervisão de Igor Silveira