Diversão e Arte

Soon-Yi Previn, mulher de Woody Allen, acusa mãe, Mia Farrow, de abuso

Em declarações à revista Vulture, ela deixou claro que era agredida pela mãe e que as acusações da irmã Dylan Farrow não procedem

Agência France-Presse
postado em 17/09/2018 15:01
Soon-Yi Previn acompanhada do marido Woody Allen. O casal está envolvido na polêmica que dura mais de 20 anos.

"O que aconteceu com Woody é tão perturbador, tão injusto", disse Previn, de 47 anos e mãe de dois filhos com Allen, em uma longa entrevista publicada no domingo à noite pela revista New York. Foram suas primeiras declarações públicas sobre a briga familiar entre o famoso diretor e a família Farrow.

Depois de descobrir que sua filha adotiva de 21 anos estava se relacionando com Allen, que era há anos seu companheiro, Farrow acusou o diretor de tocar os genitais de sua filha adotiva Dylan Farrow, que tinha então sete anos. Após investigá-lo, a Justiça não encontrou provas suficientes para indiciá-lo.

As acusações contra Allen, que dividiram a família, foram reinterpretadas sob a luz do movimento #MeToo: muitos que antes não acreditavam em Mia Farrow e em sua filha Dylan - que afirma recordar ter sido abusada sexualmente por seu pai - passaram a acreditar.

Mas Previn assegura que sua mãe adotiva "tirou proveito do movimento #MeToo e fez Dylan desfilar como uma vítima". "Sou um pária", afirma Allen, de 82 anos, na entrevista à jornalista Daphne Merkin, amiga do cineasta há quatro décadas.

"As pessoas acham que eu era o pai de Soon-Yi, que eu a estuprei e me casei com minha filha menor de idade retardada", declara Allen. Desde o início do movimento contra o abuso e assédio sexual, uma onda de atores e atrizes pediram desculpas por terem trabalhado com Allen, a quem muitos críticos e fãs desertaram.

Previn, que nasceu na Coreia do Sul e foi adotada aos seis anos por Mia Farrow, assegura que quase não tem boas recordações com sua mãe adotiva. Ela relata que, quando criança, a atriz batia nela e que, às vezes, a colocava de cabeça para baixo para que o sangue fosse para a cabeça e, assim, ajudasse a ser mais inteligente.

Dylan Farrow, seu irmão Ronan - o jornalista que revelou vários escândalos de agressão sexual na revista The New Yorker - e outros seis de seus irmãos publicaram no domingo um comunicado conjunto apoiando sua mãe. "Amamos e apoiamos nossa mãe, que sempre foi carinhosa e generosa. Nenhum de nós presenciou outra coisa que não fosse um tratamento compassivo em nossa casa e, por isso, os tribunais garantiram a nossa mãe a guarda total de todos os seus filhos", apontaram.

Dylan criticou, ainda, a repórter da Vulture de desonestidade por publicar tal matéria tendo uma amizade de 40 anos com Woody Allen. "A ideia de deixar a amiga de um suposto predador escrever uma matéria com apenas um lado, atacando a credibilidade de sua vítima, é nojenta. Eu sou uma mulher adulta e reitero o que disse há duas décadas", publicou na conta pessoal do Twitter.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação