Diversão e Arte

Filmes de luta por direitos marcam quinta noite do Festival de Brasília

O longa 'Bloqueio' e o curta 'Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados', apresentados na Mostra Competitiva, foram muito aplaudidos

Vinícius Veloso*
postado em 18/09/2018 22:10
Bárbara Cabral/CB/DA.Press
Embalados pelos movimentos sociais que surgiram com a crise política e econômica do país, os filmes apresentados no Cine Brasília por André Gonzales e Rosanne Mulholland arrancaram os aplausos dos presentes. Mais uma vez, a chuva brasiliense não foi capaz de impedir a presença, em peso, do público para a exibição das produções.

A quarta Mostra Competitiva contou com o curta Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados, dirigido por Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito. Explorando a temática de defesa das periferias e dos direitos iguais, o filme de 23 minutos exalta a diferença existente entre as classes sociais no Brasil.

Com boa parte do elenco presente no palco, a mensagem deixada pelos diretores é de que o projeto Movimento de luta nos bairros, vilas e favelas continuará buscando uma vida digna para os moradores que necessitam da reforma urbana. ;A luta transforma. E as pessoas presentes no curta estão aqui para lutar por uma moradia digna, um lugar justo.;

Já no filme principal da noite, o longa Bloqueio, a história abordada é a paralisação dos caminhoneiros, que reivindicam melhores condições de trabalho. A manifestação é intercalada com protestos políticos e toma rumos inesperados no caótico território brasileiro. Com direção de Quentin Delaroche e Victória Álvares, a produção busca representar a luta da classe trabalhadora por direitos.

A diretora do longa fez questão de pronunciar sobre a importância da produção cinematográfica para a atual conjuntura política em que o Brasil se encontra. ;Bloqueio é um filme que fala de uma urgência que sentimos como cidadãos. Propõe uma reflexão política. Esperamos que o filme abra os diálogos e debates nesse momento de instabilidade política que estamos vivendo;, ressaltou Victória.

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Seguindo o âmbito político e social, na exibição de longas e curtas produzidos somente em Brasília, destaque para Entre Parentes, de Tiago Aragão. O curta retrata a maior mobilização indígena do país, em 2017, um ano após o impeachment, na área externa Esplanada dos Ministérios. Na área interna, entretanto, parlamentares articulam medidas que vão contra as causas defendidas pelos índios.

A praga do cinema brasileiro, dirigido por William Alves e Zeff Coff e interpretado por José Mojica, o Zé do Caixão, também surge com teor político, mas com uma história ficcional para resolver os problemas da política brasileira.


*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira

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